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Empresário envolvido com venda de próteses irregulares é libertado

postado em 27/01/2012 09:36
O fundador da empresa de próteses mamárias PIP, o francês Jean-Claude Mas, de 72 anos, pagou fiança de 100 mil euros e foi libertado na noite desta quarta-feira (26/1). Ele foi preso nessa quinta-feira na casa da namorada, em Marselha, no Sul do país. O francês está envolvido em um escândalo de venda de silicone irregular. Por decisão da Justiça da França, ele está proibido de deixar o país.

Jean-Claude Mas é acusado pelo Ministério Público de homicídio culposo. No entanto, a juíza Anna;ck Le Goff decidiu que ele será apenas testemunha no processo, que verifica se as mortes de duas mulheres que usavam próteses PIP ocorreram em consequência da má qualidade do produto.

O advogado do empresário, Yves Haddad, disse que, durante a detenção, ele respondeu às perguntas feitas pela juíza por três horas. "Estamos satisfeitos que Mas tenha podido se explicar. É um alívio para ele", acrescentou o advogado.

Jean-Claude Mas admitiu ter utilizado um gel não autorizado para produzir as próteses de silicone. Porém, negou que o produto seja uma ameaça à saúde humana. Ontem (26), durante todo o dia, a polícia fez buscas e apreensões na mansão da namorada do empresário.

Na casa foram encontradas obras de arte valiosas, de acordo com o procurador da República de Marselha, Jacques Dallest. Já Claude Couty, ex-diretor-geral da PIP, ainda está preso e vai responder hoje às dúvidas pendentes na Justiça.

A empresa PIP, em falência desde março de 2010, está envolvida em escândalo internacional por ter utilizado um gel industrial que substituía irregularmente o gel médico. Há suspeitas de que essa irregularidade provocou ruptura nos implantes. A PIP produzia cerca de 100 mil próteses por ano - 84% para a América Latina, Espanha e o Reino Unido.

As estimativas apontam que entre 400 e 500 mil mulheres em 65 países colocaram implantes fabricados pela PIP.

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