Agência France-Presse
postado em 27/01/2012 14:35
Milhares de egípcios se concentraram nesta sexta-feira na Praça Tahrir do Cairo para exigir a saída dos militares do poder. Ao término das orações de sexta-feira, vários manifestantes se reuniram na histórica praça, epicentro da revolução de janeiro-fevereiro de 2011.Na Praça Tahrir, milhares de egípcios rezaram entre as tendas das centenas de pessoas que estão acampadas desde quarta-feira passada, dia do aniversário de um ano do início da rebelião popular contra Mubarak.
O imã encarregado das orações, xeque Mazhar Shahin, afirmou que a rebelião obteve avanços notáveis, mas que o caminho para a democracia ainda é longo. Os grupos pró-democracia que convocaram a manifestação decretaram que esta sexta-feira é o dia "do orgulho e da dignidade". Também estavam previstas manifestações em Alexandria (norte) e em Suez (noroeste).
Os manifestantes exigem o fim dos tribunais militares para os civis, uma reestruturação do Ministério do Interior, o respeito às liberdades e justiça social. No entanto, a Irmandade Muçulmana, movimento islâmico que venceu as recentes eleições legislativas, insiste menos na saída dos militares do poder.
As Forças Armadas prometeram que entregarão o poder aos civis ao término da eleição presidencial prevista para antes de julho de 2012. Mas muitos egípcios consideram que os militares querem manter seus privilégios e continuar influenciando na vida política.
O opositor Mohammed ElBaradei propôs nesta sexta que o novo parlamento egípcio "eleja imediatamente um presidente interino", cujo "poder seria definido pela nova Constituição", que os parlamentares devem redigir. "Depois de um ano de hesitações, chegou a hora de chegar a um acordo para mudar o rumo", disse ElBaradei.