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Argentina acusa o Reino Unido de tentar 'militarizar' conflito nas Malvinas

Agência France-Presse
postado em 31/01/2012 19:36
Buenos Aires - O governo argentino acusou nesta terça-feira (31) o Reino Unido de tentar militarizar o conflito pelas Ilhas Malvinas, com a decisão de enviar um destróier, e lamentou a visita, em breve, do príncipe William ao arquipélago, em comunicado divulgado pela chancelaria.

"A República Argentina rejeita a tentativa britânica de militarizar um conflito do qual as Nações Unidas já se ocuparam em diversas ocasiões, indicando que as duas nações devem resolvê-lo em negociações bilaterais", diz a nota.

Acrescenta que "o povo argentino lamenta o desembarque do herdeiro real em solo pátrio com o uniforme de conquistador, não com a sabedoria do estadista que trabalha a serviço da paz e do diálogo entre as nações".

A chancelaria argentina emitiu o comunicado intitulado "Mais Diplomacia menos Armas", depois de o ministério da Defesa do Reino Unido anunciar que "nos próximos meses" enviará um de seus navios de guerra mais modernos ao Atlântico Sul para substituir a fragata que patrulha a zona.

"Os governos devem evitar a tentação de incorrer em discursos que transformem o patriotismo em ;patrioterismo; para distrair a atenção pública de políticas econômicas de ajuste, num contexto de crise estrutural e alto desemprego", acrescentou a chancelaria argentina.

O anúncio do envio do "HMS Dauntless", destróier do tipo 45 equipado com mísseis antiaéreos ;Sea Viper; que entrou em serviço em 2010, foi justificado como um "deslocamento de rotina".

Além disso, acontece em meio a uma escalada verbal entre ambos os países ao aproximar-se o 30; aniversário da guerra de 74 dias, em 1982, pela soberania das Malvinas, que deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos. O conflito bélico terminou com a rendição da nação sul-americana.

O arquipélago das Malvinas, onde vivem 3.000 habitantes, além de mil soldados britânicos, passou para o controle britânico em 1833.

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