Agência France-Presse
postado em 04/02/2012 20:28
CAIRO, 4 fevereiro 2012 (AFP) - Pelo terceiro dia seguido, manifestantes enfrentaram a polícia no Egito este sábado, pedindo a saída dos militares no poder, acusados de negligência frente aos atos de violência que deixaram 74 mortos na quarta-feira, após um jogo de futebol em Porto Said (norte).Espessas colunas de fumaça podiam ser vistas nas ruas estreitas do Cairo que levam ao ministério do Interior, onde os manifestantes jogaram pedras contra os policiais da tropa de choque, enquanto continuava o ir e vir incessante de ambulâncias transportando feridos.
Desde que começaram as manifestações e os enfrentamentos, na quinta-feira, ao dia seguinte do drama em Porto Said, 12 manifestantes morreram no Cairo e em Suez (norte) e 2.532 pessoas ficaram feridas, entre policiais e manifestantes, segundo o ministério do Interior.
Segundo fontes médicas, algumas vítimas ficaram asfixiadas por causa de bombas de gás lacrimogêneo. Entre os feridos, há 211 policiais, entre eles um general que perdeu um olho. Segundo o canal nacional Nile News, um de seus jornalistas ficou ferido no olho por um estilhaço.
À tarde, manifestantes tentaram se interpor entre seus companheiros e a polícia, que disparava bombas de gás lacrimogêneo, mas os confrontos foram retomados no centro do Cairo, a alguns metros da praça Tahrir.
À noite, a situação se acalmou, mas a tensão era palpável entre as centenas de pessoas que ainda estavam nas ruas. As manifestações começaram na quinta-feira, no dia seguinte a terríveis enfrentamentos entre torcedores em Porto Said, após a primeira derrota da temporada do célebre clube cairota Al Ahli para os locais do Al Masri (3-1).
O poder militar e o ministério do Interior foram criticados e acusados de não terem feito nada para deter o drama.