Agência France-Presse
postado em 04/02/2012 20:27
PARIS - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, "lamenta profundamente" o duplo veto, chinês e russo, a uma resolução da ONU sobre a Síria, e isto "apesar do respaldo dos outros 13 membros" do Conselho de Segurança, anunciou na noite deste sábado a Presidência, em um comunicado."O presidente da República lamenta profundamente que devido ao voto de dois membros permanentes, e apesar do apoio dos outros 13 membros, o Conselho de Segurança não tenha podido, pela segunda vez, se expressar sobre a situação na Síria", destacou.
O veto "incentiva o regime sírio a perseverar em sua política cruel e sem saída", acrescentou. "Desde março de 2011, o regime de Damasco respondeu à aspiração legítima do povo sírio à liberdade e à democracia com uma feroz repressão e promessas sem futuro", lamentou Sarkozy.
"A tragédia síria deve terminar", acrescentou o presidente. "O uso maciço da força armada contra civis, o recurso generalizado à tortura, a violência exercida contra centenas de crianças, causam indignação", acrescentou o comunicado do presidente, para quem "os que ordenam, cometam ou deixam cometer crimes contra a humanidade deverão responder".
O chanceler francês, Alain Juppé, avaliou em declarações a um canal de televisão que o veto russo "paralisa a comunidade internacional". "É difícil entendê-lo, em especial porque fizemos muitos esforços para aceitar as emendas apresentadas por Rússia e China", declarou Juppé.
"Não havia nesta resolução um embargo de armas, não havia sanções, tampouco um chamado à saída de Bashar al Assad", destacou o chanceler francês, enumerando as concessões feitas a Rússia e China pelos outros membros do Conselho de Segurança.
Como em outubro do ano passado, China e Rússia vetaram neste sábado um projeto de resolução que condena a repressão dos protestos pelo regime sírio, no dia em que em Homs, no centro da Síria, mais de 230 civis morreram em bombardeios, segundo a oposição.