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Ex-ditador panamenho Noriega é hospitalizado com possível derrame cerebral

Agência France-Presse
postado em 05/02/2012 18:14
O ex-ditador panamenho Manuel Antonio Noriega foi internado neste domingo num hospital público da capital com um quadro de "hipertensão e possibilidade de derrame cerebral", informou a Polícia Nacional.

Noriega, de 77 anos, foi "levado de sua cela, no ;Centro Penitenciario El Renacer; para o Hospital Santo Tomás", segundo um breve comunicado da instituição.

O ex-homem forte do Panamá cumpre três condenações de 20 anos cada uma pelo desaparecimento de opositores durante sua ditadura (1983-1989), tendo, também, se envolvido em assassinatos e outras violações e crimes durante todo o período do regime militar (1968-1989).

O ex-ditador deve se apresentar em março próximo à justiça, como parte de um processo por homicídio de um americano em 1969 - o primeiro que enfrenta desde que retornou ao país no dia 11 de dezembro passado, extraditado pela França.

Noriega, derrotado na madrugada de 20 de dezembro de 1989, quando tropas americanas invadiram o Panamá, esteve 20 anos preso nos Estados Unidos por narcotráfico e quase dois anos, na França, por lavagem de dinheiro.

No Panamá, foi condenado à revelia por três casos de desaparecimento e assassinato, o do médico Hugo Spadafora em 1985, que o acusou de ligações com o narcotráfico, o do major Moisés Giroldi, e o de outros 11 militares que tentaram tirá-lo do governo, em 3 de outubro de 1989.

O ex-homem forte do Panamá voltou a seu país envelhecido e em cadeira de rodas; é hipertenso, tem dificuldades de fala e limitações motoras, depois de um derrame sofrido há alguns anos. Seu retornou reabriu feridas no Panamá e a notícia de sua hospitalização gerou reações imediatas.

"Alegro-me que receba a atenção médica que ele negou a mim", declarou à AFP o coronel Roberto Díaz Herrera, ex-lugar-tenente de Noriega que acabou dando-lhe as costas.

Segundo Díaz, Noriega negou a atenção médica a ele quando, ao cumprir uma sentença de cinco anos de prisão, apresentou, também, um quadro de hipertensão que quase o levou à morte.

"Desejo que se recupere e que enfrente a lei", acrescentou Díaz, que, em 1987, denunciou Noriega por violações aos direitos humanos e fraude eleitoral.

Nascido no dia 11 de fevereiro de 1934 no Panamá, de uma família pobre, Noriega foi agente a soldo da CIA entre 1968 e 1986, quando a América Central era palco de várias guerras civis.

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