Renata Tranches
postado em 10/02/2012 08:00
A cabeça foi retirada, mas a espinha dorsal continua lá. A analogia feita pelo embaixador Cesário Melantonio Neto, uma das maiores autoridades em mundo árabe do governo brasileiro, resume o atual cenário no Egito. Um ano após a queda do presidente Hosni Mubarak, o país ainda enfrenta um longo caminho na busca de um governo civil e na remoção dos tentáculos do antigo regime militar, atracados a todas as instâncias de poder. O lento processo de transição se transformou em uma queda de braço entre militares e civis. Entre eles, líderes e partidos banidos até recentemente da política tentam encontrar seu lugar. Endossados nas primeiras eleições livres pela maioria dos egípcios, os islamitas enfrentam no Parlamento o desafio de atender às demandas das ruas e manter a paz com os militares, em uma revolução que deu apenas seu primeiro passo.
Quando milhares de egípcios tomaram a Praça de Tahrir, no Cairo, em 11 de fevereiro de 2011, para celebrar a queda do ditador (leia a cronologia), elas não poderiam imaginar que voltariam tantas vezes ao mesmo local, símbolo da revolução no país. O Egito foi a segunda nação alcançada pela onda de revoltas conhecida como Primavera Árabe.
Inspirado pelos tunisianos, o povo egípcio tomou as ruas do país para demonstrar insatisfação com o governo de Mubarak, a quem acusavam de corrupto. Mas as transformações na antiga terra dos faraós se sucedem a passos lentos, especialmente se comparadas com a vizinha Tunísia, que já elabora sua Constituição e se prepara para as eleições presidenciais. A grande diferença está no comando do processo tunisiano, que ocorre sob a tutela de um governo transitório civil.
Confira reportagem completa na edição desta sexta-feira (10/2) do Correio Braziliense