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Prováveis "crimes contra a humanidade" ocorreram na Síria, diz Pillay

Agência France-Presse
postado em 13/02/2012 16:38
Nova York - A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navy Pillay, disse nesta segunda-feira (13/02) que provavelmente foram cometidos crimes contra a humanidade na sangrenta repressão à revolta popular que atinge a Síria.

"A natureza e a escala dos abusos cometidos pelas forças sírias indicam que crimes contra a humanidade provavelmente foram cometidos desde março de 2011", disse Pillay na Assembleia Geral.

Desde o início da repressão, há pelo menos um ano, foram registrados cerca de 6 mil mortos, segundo ativistas. A ONU indica que 5,4 mil tenham morrido no ano passado.

Pillay afirmou que mais de 300 pessoas morreram na cidade de Homs, no centro da Síria, durante bombardeios indiscriminados a zonas residenciais.

"Segundo informações confiáveis, o exército sírio bombardeou bairros de Homs densamente povoados durante o que parecem ser ataques indiscriminados contra zonas civis", disse Pillay.

"Mais de 300 mortos foram registrados na cidade desde o início do ataque, há 10 dias, em maioria vítimas dos bombardeios", acrescentou.

Segundo ativistas, as forças do regime de Bashar al-Assad deixaram ao menos 500 mortos em Homs desde 4 de fevereiro, quando começaram os ataques contra a cidade, no mesmo dia em que Rússia e China vetaram uma segunda resolução do Conselho de Segurança da ONU contra a Síria.

"Os riscos de uma crise humanitária aumentam na Síria", advertiu Pillay.

"O fracasso do Conselho de Segurança em chegar a um acordo de uma ação coletiva forte parece ter encorajado o governo sírio a lançar um amplo ataque em uma tentativa de esmagar a grande força da dissidência", acrescentou.

Os países árabes e ocidentais realizarão esta semana na ONU uma nova tentativa de condenar a violenta repressão do regime sírio, desta vez na Assembleia Geral, informaram fontes diplomáticas.

Arábia Saudita e Catar prepararam um projeto de resolução que exige que o governo sírio ponha fim aos ataques contra a população e apoia o plano da Liga Árabe para assegurar uma transição pacífica para a democracia na Síria.

O projeto poderá ser submetido em breve ao voto da Assembleia, é muito similar ao texto que foi bloqueado por um duplo veto russo e chinês no Conselho de Segurança em 4 de fevereiro.

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