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Europa acentua pressão sobre Grécia antes de decidir se libera ajuda

Agência France-Presse
postado em 14/02/2012 12:06
Bruxelas - A Eurozona aumentou nesta terça-feira a pressão sobre a Grécia, antes de decidir se aprova um gigantesco resgate de um total de 230 bilhões de euros para salvar da quebra esse país, que vários dirigentes querem excluir do bloco monetário. Após meses de debate, os ministros de Finanças dos 17 países que formam a União Monetária se reunirão na quarta-feira em Bruxelas para decidir se desembolsam finalmente o segundo paquete de ajuda pública a Grécia, de 130 bilhões de euros, pendente desde outubro de 2011.

A votação depende do plano para reduzir a dívida grega dos atuais 160% do PIB para 120% até 2020, graças a um perdão de 100 bilhões de euros (de um total de 350 bilhões) que a Grécia negocia com seus credores privados (bancos e fundos de investimento). As próximas horas do governo de coalizão grego, encabeçado por Lucas Papademos, deverão detalhar um corte adicional de 325 milhões de euros e garantir que os dirigentes dos partidos do governo de coalizão (socialistas e conservadores) aplicarão, no caso de um deles ganhar as eleições de abril, as duras medidas de austeridade exigidas por Bruxelas.

O Parlamento grego aprovou no domingo os ajustes, desencadeando uma série de protestos marcados por enfrentamentos que deixaram vários edifícios emblemáticos de Atenas reduzidos a cinzas. Apesar de a Alemanha e a Comissão Europeia (CE) terem felicitado a votação do Parlamento, não há sinais claros de que o resgate será aprovado. Alguns países inclusive falam abertamente em reduzir a Eurozona a 16 membros.

"Nós apostamos que a Grécia cumprirá seus compromissos para que a zona do euro aporte fundos suplementares e haja uma vigilância clara - nunca insistirei o suficiente sobre esse ponto - da implementação das reformas que a Grécia prometeu. Contudo, caso a Grécia não cumpra esse acordo, eles mesmo se excluirão da zona do euro e o grupo continuará com 16 membros", disse o ministro de Finanças de Luxemburgo, Luc Frieden, em Washington.

Luxemburgo, um país que goza da máxima nota de solvência financeira "triplo A", e a Holanda, outro dos países da Eurozona com a máxima classificação, já propuseram a saída do país da União Monetária.

E os dados econômicos continuam péssimos na Grécia. O escritório de estatísticas divulgou nesta terça-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) grego recuou 7% no quarto trimestre de 2011, na comparação anual. Com isso, o país confirmou seu quinto ano consecutivo de recessão, com um nível de desemprego de mais de 20%. Os credores institucionais da Grécia - UE, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - exigem do país ajustes de 3,3 bilhões de euros, que incluem a redução de 22% do salário mínimo, o corte de 15.000 empregos públicos e novos cortes nas aposentadorias.

Mais de dois anos depois do estouro da crise da Grécia, que representa apenas 2% do PIB da Eurozona, os países da União Monetária estão atualmente melhor preparados ante a possibilidade de que Atenas declare a suspensão dos pagamentos.

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