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Itamaraty repatria família da Síria após aumento da violência no país

Governo pagou passagens para pai e filhos e retirou cidadãos de cidade bombardeada

Renata Tranches
postado em 15/02/2012 08:00

Destruição provocada pelos bombardeios das forças sírias em Baba Amro, um bairro da cidade de Homs
Três brasileiros ; pai e dois filhos adolescentes ; deixaram a Síria e foram repatriados anteontem por intermédio do Itamaraty, após a intensificação da violência no país. O Ministério das Relações Exteriores arcou com os custos das passagens. Em entrevista ao Correio, o embaixador brasileiro em Damasco, Edgar Casciano, explicou que outros dois jovens de nacionalidade brasileira foram retirados de Homs e estão em uma área ;mais segura;, após o pedido de ajuda feito pela família, cujos pais são sírios. Uma terceira família, de mãe e filhos brasileiros, também foi deslocada de Homs. A cidade, centro dos protestos contra o regime do presidente Bashar Al-Assad, sofre bombardeios diários, e ativistas têm denunciado uma situação humanitária caótica. Falta água, comida e medicamentos, e a comunicação é precária. Segundo o Itamaraty, cerca de 3 mil brasileiros com dupla cidadania vivem na Síria, uma parte deles em Homs.

O governo sírio rejeitou as acusações da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas de que estaria cometendo crimes contra a humanidade. O regime alegou que o organismo mundial tem ignorado as violações que Damasco atribui a grupos terroristas com apoio estrangeiro. Na segunda-feira, a alta comissária para Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, em sessão da Assembleia Geral, argumentou que a falta de ação do organismo ;encorajou; o governo da Síria a reprimir de forma esmagadora os civis.

Na ocasião, a embaixadora do Brasil nas Nações Unidas, Maria Luiza Ribeiro Viotti, reiterou que a solução para o conflito requer um processo conduzido pelos próprios sírios. Mas enfatizou que o ;governo brasileiro está profundamente preocupado com a rápida deterioração da situação na Síria;. Ela destacou o caso de Homs. ;Episódios recentes em Homs e em outras cidades são particularmente perturbadores;, afirmou. Na semana passada, o chanceler Antonio Patriota já havia demonstrado preocupação com a crise na Síria e com os brasileiros no país.

A matéria completa você lê na edição impressa desta quarta-feira (15/2) do Correio Braziliense.

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