Ayman Al-Zawahiri, líder da rede terrorista Al-Qaeda, convocou os muçulmanos do Iraque, da Jordânia, do Líbano e da Turquia a se unirem ao levante contra o regime ;pernicioso e canceroso; do ditador sírio, Bashar Al-Assad. Em um vídeo de oito minutos ; intitulado ;Para a frente, leões da Síria; e divulgado no último dia 11 ;, o extremista critica o governo de Al-Assad pelos crimes contra seus próprios cidadãos. Antes mesmo do apelo de Al-Zawahiri, militantes da rede Al-Qaeda já operavam na Síria. James Clapper, diretor da Inteligência Nacional dos Estados Unidos (órgão subordinado ao presidente Barack Obama), afirmou anteontem no Senado que os atentados realizados em Damasco e em Aleppo (noroeste) tinham ;todas as marcas de um ataque similar aos da Al-Qaeda;. ;Acreditamos que a Al-Qaeda no Iraque esteja estendendo seu alcance à Síria;, acrescentou. Em 10 de fevereiro, dois carros-bomba mataram 28 pessoas e destruíram prédios das forças de segurança em Aleppo.
Apenas 64km separam Mossul, no extremo norte do Iraque, da Síria. Para o vice-ministro do Interior iraquiano, Adnan Al-Assadi, os extremistas estariam deixando a cidade, de maioria sunita, em direção ao território sírio. A fronteira porosa também serviria de rota para o contrabando de armamentos, inclusive fuzis Kalashnikov AK-47. ;Temos informações de inteligência de que um número de jihadistas iraquianos foi para a Síria;, admitiu Al-Assadi. Em entrevista ao Correio, por telefone, o xeque Omar Bakri Muhammad ; considerado o líder da rede Al-Qaeda no Líbano ; disse desconhecer que militantes da organização estejam combatendo o regime de Bashar Al-Assad. Mas admitiu que a Al-Qaeda apoia levantes em qualquer país árabe. ;A nação muçulmana é a que mais se beneficia com essas revoltas;, declarou, ao acrescentar que a causa é de todos os muçulmanos.
O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal órgão da oposição na Síria, desqualificou a mensagem de Al-Zawahiri e a intervenção da Al-Qaeda no país. ;Rejeitamos todo e qualquer apoio da Al-Qaeda e de seus membros e reiteramos o compromisso em obter as metas da Revolução da Síria ; um Estado civil e democrático ;, por meios diplomáticos e políticos;, afirmou, por e-mail, Ausama Monajed, conselheiro-geral do CNS. Ele destacou a aliança com o Exército Livre da Síria e sustentou que os dois organismos, com a Comissão Geral da Revolução da Síria, estão unidos no repúdio à mensagem da Al-Qaeda. ;Tal mensagem serve apenas com propaganda do regime;, criticou.
Leia reportagem completa na edição deste domingo (19/02) do Correio Braziliense.