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Iêmen vai às urnas para referendar vice-presidente como fiador da transição

Renata Tranches
postado em 20/02/2012 09:39
A tensão no país é grande e o resultado é conhecido de antemão, mas os iemenitas estão determinados a participar em massa, amanhã, da primeira eleição presidencial após a queda do ditador Ali Abdullah Saleh. A votação, na qual as cédulas trarão apenas o nome do presidente interino, Abdu Rabu Mansour Hadi, será mais um referendo para legitimar o acordo que levou à saída do líder, depois de 33 anos no poder, e colocou o vice em seu lugar. Mas também marcará o início de uma fase importante no processo de transição no Iêmen, que prevê um diálogo de unidade nacional e a elaboração da nova Constituição. Especialistas afirmaram ao Correio que, apesar de os iemenitas saberem que não se trata de uma eleição real, ela é a única solução pacífica para a crise, agravada pela presença no país de um braço da rede terrorista Al-Qaeda.

Na última semana, jornais locais descreveram uma grande campanha nas ruas, nas tevês e nas rádios, incentivando a população a participar do sufrágio desta terça-feira. Até mesmo a ativista Tawkkol Karman, laureada com o Prêmio Nobel da Paz em 2011, declarou apoio ao candidato consensual e incentivou seu país a fazer mesmo, como escreveu em seu perfil no Facebook. Caso Hadi e seu primeiro-ministro, Mohammad Salem Basindwia, não atendam às demandas dos manifestantes que se mobilizaram por quase um ano, os protestos deverão então ser retomados, frisou a oposicionista.

Com sua mensagem, ela deixa evidente a responsabilidade do novo líder. Hadi continuará governando interinamente e, dentro de dois anos, deverá mediar um diálogo entre os diversos grupos e partidos, até a conclusão de uma nova Carta. A próxima Constituição ditará, entre outras, as normas para a futura eleição presidencial, que, aí sim, será multipartidária. ;Só então a vida voltará ao normal no Iêmen;, ponderou o jornalista e ativista Nasser Narrabyee. Em janeiro, o ministro do Planejamento e das Relações Exteriores, Mohammad Alsaadi, afirmou que a economia do país precisa de cerca de US$ 15 bilhões para se recuperar, após meses de instabilidade. Em março, a capital saudita, Riad, sediará uma conferência de doadores à nação, a mais pobre do mundo árabe.

A matéria completa você lê na edição impressa do Correio Braziliense desta segunda-feira (20/2).

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