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Regime sírio envia reforços a Homs e permanece alerta em Damasco

Damasco - O regime sírio reforçou suas tropas na cidade rebelde de Homs (centro), onde a situação humanitária se torna insuportável, e as mantém em estado de alerta em Damasco, a capital, palco de manifestações inéditas nos últimos dias.

A cidade continua sendo alvo de bombardeios pelo 16; dia consecutivo e para onde chegaram reforços de tropas no domingo (19/2), os militantes pediram que seja permitida a evacuação das mulheres e das crianças de Baba Amr, o bairro mais atingido pelos ataques."Pedimos que nos permitam retirar as mulheres e as crianças da cidade", declarou o membro da Comissão Geral da Revolução Síria, Hadi Abdullah."Os habitantes vivem no frio e em condições insuportáveis, esperam a morte", acrescentou, quando desde 4 de fevereiro vários bairros de Homs estão sitiados e são bombardeados permanentemente pelas forças do regime para esmagar a revolta.

No domingo, Abdullah havia afirmado que novos reforços militares foram enviados à cidade, temendo que fossem utilizados para lançar um ataque contra Baba Amr ou atacar outros bairros rebeldes de Homs, chamada de capital da revolução pelos militantes."Desde o início da ofensiva, há a possibilidade de um ataque, mas não se sabe quando ele irá ocorrer", disse.

Em Damasco, que nos últimos dias foi palco de manifestações sem precedentes, os serviços de segurança permaneciam em estado de alerta."Depois da surpresa das manifestações, o regime revisa seus cálculos em nível da segurança", considerou Abdel Rahman, acrescentando: "O regime não permitirá que Damasco se rebele contra ele".

No sábado, as forças de segurança dispararam contra os 15 a 20 mil participantes nos funerais de quatro manifestantes mortos na sexta-feira no bairro de Mazé, os primeiros mortos no centro da capital. A apenas um quilômetro do palácio presidencial, o bairro reúne vários edifícios governamentais, de segurança e embaixadas.

Devido à mobilização de forças de segurança na capital, a mobilização diminuiu no domingo, com alguns protestos de estudantes do ensino médio e o fechamento de lojas nos bairros tradicionalmente contrários ao regime. Nesta segunda-feira, jovens içaram a bandeira da independência da Síria na ponte al-Jawzeh, na entrada sul da capital, segundo um vídeo divulgado por militantes.