Renata Tranches
postado em 26/02/2012 08:00
Em meio a pressões e condenações ao regime de Bashar Al-Assad, uma dividida comunidade internacional defende ora uma solução política negociada para a Síria, ora a necessidade de armar grupos opositores. Nesse contexto, cada apoio ou posição favorável a Damasco tem peso de ouro. Visto como um importante mediador, o Brasil voltou a ter, depois de três anos, um embaixador sírio na representação em Brasília, onde, até então, quem respondia era o encarregado de Negócios. Mohammed Khaddour, 56 anos, recebeu as credenciais da presidente Dilma Rousseff na quinta-feira e, desde então, é o novo embaixador sírio no país.Ex-relações públicas do Parlamento da Síria, Khaddour, em entrevista exclusiva ao Correio, acusa ;partes regionais e internacionais; de incitar a violência para desestabilizar seu país. Para ele, o Brasil tem boas relações tanto com a Síria como com essas ;partes;, o que o torna capaz de mediar uma solução pacífica para a crise.
Enquanto isso, a violência segue no país em proporções assustadoras, na visão dos opositores e de organizações humanitárias. De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), a cidade de Homs estava ontem sob o 22; dia consecutivo de bombardeio. Nove civis teriam morrido no bairro de Baba Amr. O embaixador, porém, argumenta que a situação é muito menos grave do que fazem parecer as ;fontes da mídia internacional;.
A nação árabe passará hoje por um referendo sobre a reforma de sua Constituição, o que, segundo Khaddour, faz parte de um cronograma de medidas anunciadas pelo presidente Bashar Al-Assad para atender às demandas pleiteadas pela população. Questionado como o referendo poderia ajudar na solução da crise, uma vez que grupos opositores conclamaram seu boicote, o embaixador indaga sobre quem seria essa oposição, que, ;até o presente momento, não tem uma cara;.
Confira entrevista na íntegra na edição deste domingo (26/02) do Correio Braziliense.