postado em 28/02/2012 17:51
Ictoria - O transatlântico "Costa Alegra", que ficou à deriva no Oceano Índico com mais de 1.000 pessoas a bordo, em uma região habitualmente repleta de piratas, estava sendo rebocado nesta terça-feira (28) para as ilhas Seicheles.O "Costa Alegra" deve chegar na quarta ou quinta-feira a Mahé, a principal ilha do arquipélago, no lugar de Desroches, como foi anunciado inicialmente.
"Desembarcar na ilha de Desroches não contava com as condições necessárias e adequadas para (...) os passageiros", explicou a companhia Costa Cruzeiros em comunicado, afirmando que não havia capacidade para receber todos os passageiros.
As autoridades de Seicheles confirmaram a mudança de rumo, completando que o navio devia chegar a Mahé entre quarta-feira à noite e quinta-feira pela manhã.
Dois rebocadores provenientes das ilhas Seicheles chegaram até o local em que o "Costa Allegra" se encontrava para ajudar o barco francês "Trevignon", que havia ficado a cargo do navio avariado na terça-feira às 02h40 GMT (23h40 de Brasília da segunda-feira).
Um navio da guarda costeira de Seicheles também chegou ao local em que estava o barco avariado, cuja posição exata não foi divulgada.
Segundo a Costa Cruzeiros, a chegada de outros rebocadores permitirá "aumentar a velocidade" do traslado do "Costa Allegra".
O cruzeiro ficou à deriva desde um incêndio ocorrido na segunda-feira na sala de máquinas, que foi extinto sem causar vítimas.
Há 627 passageiros a bordo, de várias nacionalidades, entre eles dois brasileiros, e 413 tripulantes.
O "Costa Alegra" pertence à companhia de navegação ítalo-americana Costa Cruzeiros, proprietária do "Costa Concordia", que naufragou no último 13 de janeiro em frente à ilha italiana de Giglio deixando 32 mortos.
A Costa afirmou na terça-feira em comunicado que os dois acontecimentos não são comparáveis. No entanto, reconheceu que dois incidentes desse tipo em tão pouco tempo são prejudiciais à sua "reputação".
O cruzeiro, de 188 metros de eslora, zarpou no sábado de Madagascar rumo às ilhas Seychelles e previa seguir para Omã e Egito.
O navio, com 399 camarotes, foi construído em 1992, remodelado em 2006 e pode transportar um máximo de 1.400 pessoas.
Nove militares italianos, especializados no combate à pirataria, que afeta com frequência essa região, encontram-se a bordo do cruzeiro, afirmou a mesma fonte.
"Não se corre perigo de pirataria, mas não podemos garantir 100%", comentou o comandante Giorgio Moretti, diretor de operações marítimas da companhia, que descartou que o cruzeiro possa encalhar como ocorreu em janeiro com o "Costa Concordia".
Dois aviões, um de Seicheles e outro da Índia, escoltam o barco. Navios estrangeiros de vigilância tentam intervir em Seychelles há vários anos para tentar reduzir o número de piratas na região.
Por outro lado, dois reféns morreram durante uma operação da Marinha dinamarquesa que liberou outros 16 reféns em um barco pirata em frente à costa da Somália, anunciou nesta terça-feira a marinha escandinava.
O barco dinamarquês faz parte de uma missão liderada pela Otan que tenta combater a pirataria em frente à costa da Somália e do leste da África.