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Cristina Kirchner propõe voos para Malvinas com empresa argentina

Agência France-Presse
postado em 01/03/2012 19:54
Buenos Aires - A presidente argentina, Cristina Kirchner, promoveu uma virada rumo à negociação nas difíceis relações com a Grã-Bretanha ao anunciar no Congresso a proposta de aumentar a frequência dos voos para as Malvinas, mas a partir de Buenos Aires e com serviços da Aerolíneas Argentinas.

Kirchner disse ter instruído o chanceler Héctor Timerman a "renegociar os acordos" entre Argentina e Grã-Bretanha, assinados em 1998, com o objetivo de "aumentar para três" os voos semanais que unem o continente americano com o disputado arquipélago.

"Mas (os voos) devem partir de território continental, de Buenos Aires, com nossa companhia aérea (Aerolíneas Argentinas)", disse Kirchner ao inaugurar as sessões legislativas.

Os atuais voos para as Malvinas saem de Santiago do Chile - como está estabelecido nos acordos - pela empresa LAN. Há apenas um voo por semana, apesar dos acordos de 1998 estabelecerem dois voos, disseram fontes aeronáuticas consultadas pela AFP.
Outros seis voos mensais chegam do Reino Unido, lembram fontes diplomáticas.

O anúncio foi surpreendente porque os cidadãos britânicos das Malvinas temiam que os voos fossem interrompidos pela Argentina em meio a uma crescente tensão diplomática entre Londres e Buenos Aires.

Um mês antes do 30; aniversário da guerra vencida pelo Reino Unido para conservar a posse do arquipélago, a Argentina impediu esta semana dois navios de cruzeiro de atracar em um porto do país e depois recomendou cerca de 20 empresas a deixar de comprar produtos britânicos.

O Reino Unido protestou energicamente pelos fatos e transmitiu sua preocupação à União Europeia (UE).
Depois dos protestos, Buenos Aires propôs na quarta-feira que a UE e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) analisem o conflito de soberania e que convidem as duas partes a dialogar.

A reação da UE foi comunicar que iniciará "os procedimentos diplomáticos apropriados com o objetivo de esclarecer as preocupações comerciais legítimas", disse à AFP o porta-voz da Comissão Europeia para o Comércio, John Clancy.

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