Agência France-Presse
postado em 06/03/2012 15:31
Kinshasa - Um depósito de munições localizado perto do que explodiu no domingo em Brazaville, deixando mais de 180 mortos e mais de 1.300 feridos, está ameaçado pelo risco de propagação do fogo.Os dois depósitos subterrâneos estão localizados a cerca de 100 metros um do outro, no regimendo de blindados do bairro Mpila, a leste da capital do Congo, declarou em Brazzaville essa fonte que pediu para não ser identificada.
"Existe o risco de propagação, porque o fogo (...) pode alcançar o outro depósito", completou esta fonte.
Vários técnicos dirigiram-se ao local nesta segunda-feira para avaliar a situação, completou.
"A prioridade é apagar" os focos de incêndio que restam no depósito de munições que explodiu no domingo, declarou o ministro congolês do Interior, Raymond Mboulou.
O incêndio pode ter sido provocado por um curto-circuito.
Nas ruas adjacentes ao depósito de munições, centenas de casas foram destruídas. "Foi um tsunami sem água", segundo o ministro.
As autoridades habilitaram duas igrejas e um mercado para receber os desabrigados, estimados em 5.000.
Os hospitais da cidade, mal equipados, trabalhavam em condições difíceis e os feridos se amontoavam em quartos e corredores.
"Os ferimentos foram causados por estilhaços de armas ou casas que desabaram", informou uma fonte do Centro Hospitalar Universitário, que pediu anonimato.
A França, ex-potência colonial, a União Europeia e a vizinha República Democrática do Congo anunciaram o envio de equipes médicas, materiais e medicamentos.
O Marrocos montará um hospital de campanha, enquanto os Estados Unidos também preparam uma ajuda de emergência.
O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, está "profundamente entristecido pela perda de vidas humanas" na explosão de Brazzaville e reiterou a cooperação da ONU para socorrer as vítimas, indicou um porta-voz das Nações Unidas.
Ban "apresenta suas sinceras condolências as família dos mortos, assim como ao governo e ao povo congolês. As Nações Unidas expressam seu apoio à República Democrática do Congo neste momento difícil e renova diante das autoridades congolesas a garantia da continuidade da cooperação e ajuda nas operações humanitárias de emergência em andamento".