Agência France-Presse
postado em 08/03/2012 15:43
Roma - Um britânico e um italiano, reféns na Nigéria desde 12 de maio de 2011, foram mortos durante uma operação militar das forças de segurança nigerianas com o apoio operacional de britânicos, anunciou nesta quinta-feira a presidência italiana em um comunicado.Os dois homens, ambos engenheiros, foram sequestrados em Birnin Kebbi, capital do estado de Kebbi (noroeste da Nigéria), na fronteira com o Níger, um país, onde, no passado, o grupo islamita AQMI reivindicou o sequestro de trabalhadores estrangeiros.
O Chefe de Governo italiano, Mario Monti, foi informado do "resultado trágico da operação para libertar os reféns", por um telefonema do primeiro-ministro britânico David Cameron, informou o comunicado.
Em Londres, o primeiro-ministro David Cameron anunciou a morte dos reféns, Franco Lamolinara e Christopher McManus: "Nós estamos esperando a confirmação dos detalhes, mas segundo as primeiras indicações, os dois homens foram assassinados pelos sequestradores antes de serem resgatados", declarou David Cameron à TV.
Cameron expressou suas "mais sinceras condolências à vítima italiana, lamentando a dramática conclusão da iniciativa militar decidida pelas autoridades nigerianas e britânicas, convencidos de que esta era a última possibilidade de salvar as vidas dos reféns", informou um comunicado do gabinete do primeiro-ministro.
Em agosto, um vídeo divulgado mostrava os homens de joelhos e com os olhos vendados, descrevendo seus captores como pertencente a Al Qaeda.
Os dois trabalhavam para a B. Stabilini, uma empresa de construção italiana com sede na Nigéria. Eles ajudaram a construir um prédio do Banco Central da Nigéria em Birnin-Kebbi.
A AQIM, braço magrebino da Al-Qaeda, reivindicou a responsabilidade pelo sequestro de vários trabalhadores estrangeiros no Níger nos últimos anos, mas nunca na Nigéria.
Os sequestros são raros no norte da Nigéria, de maioria muçulmana, embora sejam comuns em campos petrolíferos do sul, onde os grupos armados já capturaram vários expatriados, geralmente com a intenção de conseguirem um resgate.
Uma seita islâmica, a Boko Haram, é muito ativa no norte (de maioria muçulmana) na Nigéria, onde deseja estabelecer um Estado islâmico.