Mundo

Bombardeios de Israel contra a Faixa de Gaza deixam mais dois mortos

Agência France-Presse
postado em 11/03/2012 15:34
Gaza - Duas pessoas, incluindo um menino de 12 anos, perderam a vida em ataques aéreos israelenses neste domingo (11/3) na Faixa de Gaza, elevando a 18 o número de mortos nestes bombardeios contra o território palestino desde sexta-feira, segundo fontes médicas.

A última dessas incursões aéreas ocorreu no nordeste da Cidade de Gaza e causou a morte de um civil de 60 anos, disseram estas fontes, horas depois do falecimento de um menino de 12 anos no campo de refugiados de Jabaliya.

Durante outro ataque aéreo israelense, na manhã deste domingo, um palestino foi ferido no leste da Cidade de Gaza, segundo o porta-voz dos serviços de emergência de Gaza, Adhman Abu Selmiya.

A morte do chefe dos Comitês de Resistência Popular (CRP), um grupo radical palestino, na sexta-feira em um ataque aéreo israelense, desencadeou um novo ciclo de violência.

No total, desde sexta-feira à tarde morreram 18 palestinos, 15 dos quais pertenciam a grupos armados, e outros 30 foram feridos, seis deles gravemente. Este é o confronto mais mortífero desde agosto de 2011.

Ao mesmo tempo, mais de cem foguetes e obuses "de todo tipo" caíram no território israelense, 28 dos quais foram interceptados por um sistema de defesa antimísseis, segundo o exército do Estado de Israel.

Os disparos a partir de Gaza continuaram durante a noite de sábado e vários foguetes caíram no sul de Israel, declarou uma porta-voz militar.

Quatro pessoas - três delas agricultores tailandeses, segundo a imprensa - ficaram feridas por estes disparos na região de Eshkil, informaram os serviços israelenses de segurança.

Por precaução, as autoridades pediram à população do sul de Israel que permanecesse perto dos refúgios e todas as escolas da região estavam fechadas na manhã deste domingo.

O Exército israelense afirmou que os CRP eram "responsáveis pela preparação de um ataque terrorista que deveria ocorrer através do Sinai (Egito) nos próximos dias".

Esta nova explosão de violência ocorre depois da "eliminação planejada" do secretário-geral dos Comitês de Resistência popular, Zuherir al-Qaissi, e de Mahmud Hanani, membro da mesma organização, na tarde de sexta-feira a oeste da cidade de Gaza, durante um ataque aéreo.

Milhares de cidadãos de Gaza participaram no sábado dos funerais das vítimas, e juraram aos gritos vingar os "mártires". Além disso, quatro pessoas ficaram feridas por disparos efetuados por soldados israelenses contra um grupo de familiares em um cemitério próximo a Gaza.

Os Comitês de Resistência Popular (CRP), as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa (um grupo ligado ao movimento Fatah, do presidente Mahmud Abbas) e as Brigadas al-Qods reivindicaram a maioria dos disparos de sexta-feira contra Israel.

O braço armado do CRP, as Brigadas Al-Nasser Salahedin, ameaçaram Israel com uma "resposta esmagadora" após a morte de Al-Qaissi.

Os Estados Unidos condenaram no sábado "nos termos mais firmes os ataques com foguetes realizados nos últimos dias por parte de terroristas de Gaza contra Israel".

Denunciando uma perigosa escalada, os ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe, reunidos no Cairo, pediram à comunidade internacional que "tome uma posição firme para dissuadir Israel de continuar com seus massacres e com a violação dos direitos do povo palestino".

Já o Irã "condena firmemente os crimes selvagens do regime sionista contra o povo palestino inocente e indefeso de Gaza", indicou o Ministério iraniano das Relações Exteriores em um comunicado divulgado pela agência oficial Irna.

"As recentes agressões (...) são crimes de guerra", insistiu o ministério, considerando que as organizações internacionais e as organizações de defesa dos direitos humanos deveriam denunciar "essas violações repugnantes dos direitos humanos".

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação