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Barack Obama diz que massacre no Afeganistão é 'trágico e chocante'

Agência France-Presse
postado em 11/03/2012 17:16
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo (11/3) estar "profundamente triste" pelo massacre de 16 civis no Afeganistão, mortos supostamente por um soldado americano, e expressou ao presidente afegão Hamid Karzai sua "consternação" pelo ocorrido.

"Ofereço minhas condolências às famílias e entes queridos daqueles que perderam a vida e ao povo do Afeganistão, que suportou muita violência e sofrimento", disse Obama em uma declaração por escrito, na qual classificou o incidente de "trágico e chocante".

Obama telefonou ao presidente afegão, Hamid Karzai, para "expressar sua consternação e tristeza" pelo massacre, disse a Casa Branca.

Durante a ligação, Obama "estendeu suas condolências ao povo do Afeganistão, e deixou claro o compromisso de seu governo de estabelecer os fatos o mais rapidamente possível para responsabilizar" os culpados.

Karzai havia condenado mais cedo o incidente, classificado por ele de "imperdoável".

"Quando há afegãos que morrem deliberadamente pelas mãos das forças americanas, trata-se de um ato de assassinato, terrorista e imperdoável", expressou Karzai em uma declaração.

O secretário da Defesa, Leon Panetta, já havia telefonado para Karzai para garantir que há uma "investigação completa em andamento" sobre o massacre.

"Um suspeito está em custódia, e dei ao presidente Karzai a garantia de que levaremos os responsáveis perante a justiça", explicou Panetta em um comunicado, no qual disse estar "comovido e triste pelo fato de que um membro do serviço americano... claramente agindo fora da rede de comando" esteja vinculado ao ataque.

"Este incidente é trágico e chocante, e não representa o caráter excepcional de nossos militares nem o respeito dos Estados Unidos em relação ao povo do Afeganistão", disse Obama.

Dezesseis civis afegãos, entre eles crianças e idosos, morreram supostamente pelas mãos de um soldado americano que teria saído na madrugada deste domingo de sua base na província de Kandahar, bastião talibã do sul do Afeganistão, para realizar o massacre.

Obama fixou 2014 como prazo para a retirada da força de 130 mil homens da Otan liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão, enquanto Washington treina as forças de segurança afegãs para assumir a liderança e busca negociar com os talibãs.

O incidente ocorre num momento em que as relações entre Washington e Cabul estão em seu pior nível, depois da queima de livros do Alcorão por soldados dos Estados Unidos que provocaram violentos protestos, e provoca novas dores de cabeça à missão militar de mais de uma década.

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