Agência France-Presse
postado em 13/03/2012 15:06
Viena - Cerca de 80% das centrais nucleares tem mais de 20 anos, o que poderia comprometer a sua segurança, afirma a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em um informe preliminar que a AFP consultou nesta terça-feira (13/3), um ano depois da catástrofe de Fukushima."A longevidade das centrais atômicas pode ter um impacto sobre sua segurança e sua capacidade de cumprir com os requerimentos energéticos dos países membros de modo econômico e eficiente", indica.
Os países que optarem pela chamada "operação a longo prazo deverão analisar a fundo os aspectos de segurança vinculados ao envelhecimento de componentes chave insubstituíveis", afirma o relatório, que a AIEA deve finalizar e publicar em meados deste ano. Para a AIEA, 5% das 435 instalações nucleares do mundo funcionam há mais de 40 anos e 32% há mais de 30 anos.
"Existe preocupação pela capacidade que este envelhecido parque nuclear possa ter para satisfazer estas expectativas e continuar fornecendo aos países membros a energia que necessitam", diz.
Também indica que 70% dos 254 reatores de pesquisa, que produzem isótopos médicos ou cumprem outras funções, estão em funcionamento há mais de 30 anos. A maior parte deles "superou o tempo de vida inicialmente previsto".
A energia nuclear é mais segura no mundo agora que há um ano, quando ocorreu o acidente da central nuclear japonesa de Fukushima, considerou no dia 5 de março o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano. [SAIBAMAIS]
Após o acidente, provocado por um terremoto seguido de um tsunami, a AIEA elaborou um plano de ação para reforçar a segurança das instalações nucleares no mundo, mas sem caráter vinculante para os países. Segundo Amano, foram feitos "progressos satisfatórios" na aplicação deste plano, que recomenda, entre outras coisas, a verificação das instalações por equipes internacionais ou o reforço dos dispositivos de defesa em caso de catástrofe natural.