Agência France-Presse
postado em 14/03/2012 20:21
Nova York - O enviado da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, pressionou o presidente Bashar al-Assad para que responda com rapidez às propostas para por um fim aos confrontos no país, antes de um novo esforço diplomático destinado a aprovar uma resolução do Conselho de Segurança sobre a crise.Annan anunciou nesta quarta-feira (14/3) ter recebido uma proposta do governo de Assad, sem dar detalhes do que se consistia. O enviado internacional "tem perguntas e busca respostas", disse seu porta-voz, Ahmad Fawzi, em um comunicado. "Mas levando em conta a situação grave e trágica na região, todo mundo deve compreender que o tempo urge. Como disse na região, não se pode permitir que esta crise se prolongue", acrescentou.
Annan se reuniu com Assad em Damasco na semana passada e disse ter feito "propostas concretas". Na próxima sexta-feira, informará sobre sua missão ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, de Genebra, mediante videoconferência, informaram fontes diplomáticas.
O Conselho está muito dividido sobre a maneira de por um fim à sangrenta crise, que segundo a ONU deixou mais de 8.000 mortos, e espera escutar como Assar responde ao enviado antes de retomar as conversações sobre uma resolução para a crise, declararam fontes diplomáticas.
"Não, não diria que sou otimista" de que Assad ponha fim à violência ou autorize o acesso à ajuda humanitária, disse um diplomata sobre a resposta enviada por Assad a Annan. Outro diplomata foi ainda mais longe e afirmou: "Os sírios elegeram a opção militar e acreditam que vão vencer", destacou. Assad "está mostrando o dedo à comunidade internacional", acrescentou.
Rússia e China bloquearam duas resoluções do Conselho sobre a Síria e se opuseram a um novo projeto de resolução proposto pelos Estados Unidos que foi objeto de debate no mês passado.
No entanto, diplomatas de vários países disseram que uma vez que Annan tiver dado seu informe poderia haver movimentos para votar uma nova resolução do Conselho de Segurança na próxima semana.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que costuma ser imparcial nas batalhas dentro do Conselho de Segurança, expressou sua frustração crescente com o Conselho e sua raiva contra Assad. "O Conselho de Segurança deverá adotar uma resolução imediatamente", disse o secretário-geral aos jornalistas. "Não podemos continuar assim, quão mais longas são as conversações, mais pessoas morrem, centenas ou inclusive milhares de pessoas morrerão. Não há tempo a perder", acrescentou. Assad "foi longe demais", sentenciou.