Agência France-Presse
postado em 15/03/2012 16:27
Oslo - A polícia norueguesa apresentou nesta quinta-feira (17/3) suas desculpas por ter demorado tanto para impedir o massacre cometido por Anders Behring Breivik em julho, e reconheceu que muitas mortes poderiam ter sido evitadas, segundo um informe sobre a intervenção policial no caso."Em nome da polícia da Noruega, quero apresentar minhas desculpas por não prender antes Anders Behring Breivik", declarou Oeystein Maeland, delegado da Polícia Nacional, ao tornar público um informe que destaca 54 falhas durante a intervenção contra o autor dos ataques que deixaram 77 mortos.
"É muito duro saber que tantas vidas poderiam ter sido salvas se o assassino tivesse sido preso antes", admitiu o delegado em uma coletiva de imprensa.
No dia 22 de julho, Breivik detonou uma bomba junto à sede do governo norueguês e depois, disfarçado de policial, abriu fogo por mais de uma hora contra centenas de jovens reunidos em um acampamento de verão na ilha de Utoeya, perto de Oslo.
A polícia já havia sido criticada por sua intervenção, e, em especial, por ter tentado enviar homens à ilha de Utoeya em um bote inflável, que se rompeu com o peso de seus ocupantes.
Segundo o balanço da polícia, Breivik disparou indiscriminadamente durante 75 minutos na ilha de Utoeya antes de ser preso. "Poderíamos ter chegado a Utoeya mais rápido? A resposta é sim. Se o bote da polícia não estivesse sobrecarregado, não teria se rompido", disse o delegado Maeland. "Podemos estabelecer com toda a segurança que a polícia não tinha a capacidade de gerir todos os aspectos de um evento de semelhante natureza", acrescentou.
O informe destaca que "a polícia cumpriu com sua missão tão rápido quanto possível considerando as circunstâncias".
Entre os erros, o relatório apontou a falta de comunicação e de competências, a carência de efetivos e a desorganização, tanto da assistência às vítimas quanto na implementação de linhas telefônicas para fornecer informações.
Breivik, de 33 anos, encontra-se detido em uma prisão de segurança máxima em Ila, nas proximidades de Oslo, à espera de um julgamento que terá início no dia 16 de abril.
Acusado de atos terroristas, pode receber uma pena de prisão perpétua ou a internação em uma instituição psiquiátrica.