Agência France-Presse
postado em 15/03/2012 18:24
Londres - A exploração de petróleo nas Malvinas é "legítima", afirmou nesta quinta-feira (15/3) o Ministério britânico de Relações Exteriores após o que chamou de um novo anúncio "contraproducente" da Argentina, em meio a uma escalada das tensões bilaterais pela soberania do arquipélago."O governo britânico apoia o direito dos habitantes das Falkland de desenvolver seus próprios recursos petroleiros para seu próprio benefício econômico. Este direito é parte integrante de seu direito à autodeterminação", completou, em resposta ao anúncio feito pouco antes em Buenos Aires pelo chanceler argentino Héctor Timerman.
Pouco mais de duas semanas antes do 30; aniversário do início da guerra que os dois países travaram em 1982 pela posse dessas ilhas sob dominação britânica desde 1833 e exigidas pela Argentina, Timerman anunciou que o governo de seu país empreenderá ações civis e penais no nível local e internacional contra as empresas vinculadas às atividades petroleiras "ilegítimas" no arquipélago.
O Foreign Office insistiu que a legislação argentina "não se aplica" nem às Malvinas, nem às Geórgias do Sul, nem às Sandwich do sul - outros dois arquipélagos exigidos pelos sul-americanos -, e que, portanto, o "governo das ilhas Falkland tem o direito de desenvolver as indústrias pesqueira e de hidrocarbonetos em suas próprias águas, sem interferência da Argentina".
Várias empresas britânicas lançaram em fevereiro de 2010 uma campanha de prospecção petroleira nas Malvinas, apesar de até agora apenas uma, a Rockhopper Exploration, ter descoberto uma jazida potencialmente explorável. Questionada pela AFP, a empresa se recusou a comentar o anúncio argentino.
Os recursos naturais das Malvinas constituem um dos principais pontos de divergência na disputa pela soberania das Malvinas.
O Ministério de Relações Exteriores criticou em um comunicado as últimas ações do governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, que intensificou a pressão sobre o Reino Unido, adotando medidas para tentar forçá-lo a aceitar uma negociação.
"De hostilizar os barcos até ameaçar as conexões aéreas com o Chile, os esforços da Argentina para intimidar as Falklands são ilegais, impróprios e totalmente contraproducentes", indicou o texto.