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Campanha presidencial francesa é suspensa após ataque a colégio judaico

Agência France-Presse
postado em 19/03/2012 18:45
Paris - Os candidatos à eleição presidencial francesa suspenderam nesta segunda-feira (19/3) sua campanha e foram a uma escola judaica em Toulouse (sudoeste) onde um desconhecido matou três crianças e um adulto, um ato chamado de "antissemita", "bárbaro" e "odioso".

A morte das quatro pessoas gerou enorme comoção na França, e chegou até os centros de campanha dos candidatos à eleição presidencial, que ocorrerá em dois turnos em 22 de abril e em 6 de maio.

O presidente Nicolas Sarkozy, candidato à reeleição, anunciou nesta segunda-feira (19/3) à noite que suspendia sua campanha eleitoral "ao menos até a quarta-feira" e classificou o ataque de "tragédia nacional".

O governante francês declarou que "a motivação antissemita" do ataque contra a escola judaica "parece evidente", e afirmou que o agressor é o mesmo que assassinou três soldados na semana passada em Toulouse e na cidade de Montauban.

Na terça-feira (20/3), será respeitado um minuto de silêncio em todos os colégios do país, informou o presidente.

Cinco semanas antes do primeiro turno e no momento em que as diferenças entre os candidatos nas pesquisas caem, o favorito, o socialista François Hollande, também se dirigiu à escola de Toulouse para pedir "uma resposta comum e firme de toda a República" francesa. "Todos compreenderão que a campanha presidencial está suspensa para honrar a memória das crianças e do professor covardemente assassinados", afirmou pouco antes o porta-voz do Partido Socialista, Benoit Hamon.

O candidato centrista François Bayrou, que participou de uma cerimônia na grande sinagoga de Toulouse, assim como Sarkozy e Hollande, também pediu solidariedade, e disse que o país precisa de uma clara demonstração de "unidade nacional".

A França conta em sua população (64 milhões de habitantes) com cerca de 500.000 judeus, a maior comunidade da Europa ocidental.

As questões relativas ao antissemitismo ou à política de Israel estão ausentes na campanha eleitoral francesa. No entanto, a questão sobre os estrangeiros e sobre o papel do Islã na França foi abordada tanto pelo presidente atual como pela extrema direita.

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