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Governador expulso de partido de Chávez acusa deputado Diosdado Cabello

Agência France-Presse
postado em 19/03/2012 20:11
Maturin - O governador do estado venezuelano de Monagas, José Gregorio Briceño, expulso do partido governista após criticar a atitude do governo em relação a um vazamento de petróleo em sua região, acusou o número dois do partido, Diosdado Cabello, de estar por trás de sua saída, em carta à qual a AFP teve acesso.

"Não me resta a menor dúvida de que por trás de toda essa cruzada conspiratória contra mim está o deputado Diosdado Cabello (...) que com ambição desmedida quer, a qualquer preço, cravar seus tentáculos no estado com maior produção petroleira do país", disse Briceño na carta que será publicada na terça-feira na imprensa. Segundo o governador do estado Monagas (leste), Cabello quer tomar o controle dessa região "pela força".

Briceño foi expulso na semana passada do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), depois de criticar o governo central e a liderança do partido pelo controle do vazamento de petróleo ocorrido em 4 de fevereiro quando um oleoduto se rompeu em uma fábrica da estatal PDVSA em Maturín, a capital de Monagas.

O vazamento contaminou as águas de um rio e obrigou a suspensão do serviço de água potável por mais de um mês. A tensão havia se desatado quando Briceño se negou a retomar o fornecimento de água - como ordenado pelo Executivo - alegando que esta não estava em condições de ser consumida pela população.

"Hoje me chamam de traidor, apátrida e contrarrevolucionário por me negar a fornecer água contaminada", defendeu-se o governador na carta.
A expulsão de Briceño foi apoiada pelo presidente Hugo Chávez, que o acusou de "traidor da revolução".

Ex-militar, Diosdado Cabello é também presidente do Legislativo. Segundo analistas, é um dos que aspiraria a substituir Chávez, que nos próximos dias iniciará um ciclo de radioterapia contra o câncer, sete meses antes das eleições presidenciais nas quais buscará a reeleição.

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