Agência France-Presse
postado em 22/03/2012 16:03
Genebra - O Conselho dos Direitos Humanos da ONU deu luz verde nesta quinta-feira (22/3) à criação de uma missão de investigação internacional independente sobre as consequências das colônias israelenses no "território palestino ocupado, inclusive Jerusalém Oriental".Os 47 Estados membros do Conselho adotaram por 36 votos a favor, 1 contra e 10 abstenções uma resolução apresentada pelos palestinos, decidindo o envio de uma "missão de investigação internacional independente (...) para avaliar as consequências das colônias israelenses nos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais do povo palestino".
Em reação à medida, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou de "hipócrita" o Conselho de Direitos Humanos da ONU. "Este Conselho, com uma maioria automática hostil a Israel, é hipócrita e deveria ter vergonha", indicou o gabinete de Netanyahu em um comunicado.
Ao apresentar a resolução, um enviado paquistanês criticou Israel por insistir em construir mais assentamentos nos territórios ocupados, dizendo que eles estão "violando as leis internacionais humanitárias e de direitos humanos;. "Esta resolução busca responder a desafios dos direitos humanos que esta prática israelense ilegal criou nos territórios ocupados;, disse ele.
Além de ordenar uma investigação das implicações dos assentamentos, a resolução também pede que Israel "adote e implemente medidas sérias" como confiscar armas para evitar atos de violência por colonos israelenses.
Os Estados Unidos se pronunciaram contra a resolução, dizendo que estavam "profundamente incomodados com a predisposição do Conselho contra Israel". "Passos como este não fazem nada para promover uma paz justa e duradoura", disse um enviado dos EUA, acrescentando que eles servem apenas para "afastar as partes".
A ação de Israel para expandir os assentamentos tem sido criticada pela comunidade internacional, que a consideram ilegal.
No começo desta semana, a chefe dos direitos humanos da ONU, Navi Pillay, disse que a expansão de asssentamentos israelenses está profundamente ligada a problemas como a violência no território palestino ocupado.