Agência France-Presse
postado em 23/03/2012 08:28
Tóquio - O ministro de Defesa do Japão ordenou nesta sexta-feira (23/3) a mobilização de um sistema antimíssil que permite ao exército derrubar eventuais foguetes norte-coreanos de longo alcance que ameacem o Japão. O ministro da Defesa, Naoki Tanaka, disse ter ordenado a funcionários a se mobilizarem no preparo do PAC-3 e de navios de guerra Aegis, ao citar os sistemas antimísseis e destroyers. Os sistemas antimísseis deverão ser mobilizados na ilha de Okinawa, sudeste do Japão, mas qualquer ordem para derrubar um eventual foguete norte-coreano precisará da aprovação do primeiro-ministro Yoshihiko Noda. A Coreia do Norte anunciou que lançará um foguete no mês que vem para colocar um satélite em órbita, uma ação que os Estados Unidos e seus aliados vêem como um pretexto para testes com foguetes de longo alcance.
As preparações do Japão, frequentemente apontado como alvo norte-coreano, ocorre enquanto líderes mundiais incluindo o presidente americano, Barack Obama, preparam-se para uma cúpula nuclear em Seul na semana que vem, oficialmente focada na questão do terrorismo, embora o programa nuclear norte-coreano também deve entrar no debate.
Em 2009, o Japão ordenou preparações de defesa antimíssil semelhantes antes do lançamento do último foguete de longo alcance de Pyongyang, que levou a condenações por parte do Conselho de Segurança da ONU e sanções contra o Estado comunista. O foguete, que na ocasião a Coreia do Norte também afirmou que serviria para colocar um satélite em órbita, passou pelo território japonês sem causar incidentes ou tentativas de derrubá-lo.
A decisão japonesa acontece dias antes de uma cúpula nuclear organizada em Seul, na qual participarão, entre outros, Yoshihiko Noda e o presidente americano Barack Obama, e que poderá abordar também o dossiê norte-americano.
Atualmente em giro pela Ásia, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou a Coreia do Norte de que o lançamento de um foguete pode afetar a ajuda humanitária internacional e agravar a situação já difícil no país. Diante de uma audiência de autoridades governamentais, diplomatas e professores, Ban Ki-moon declarou que está inquietude e preocupação pelo anúncio de Pyongyang, na semana passada, sobre o lançamento em breve de um foguete carregado com um satélite, previsto para meados de abril.