Agência France-Presse
postado em 24/03/2012 19:40
Os Irmãos Muçulmanos, primeira força política do Egito, fizeram neste sábado uma advertência aos militares por seu apoio ao governo, acusado de colocar em risco os avanços da revolução que derrubou o presidente Hosni Mubarak em fevereiro de 2011.Desde que assumiu sua posição de força majoritária no Parlamento, o Partido da Liberdade e da Justiça (PLJ), derivado dos Irmãos Muçulmanos, pressiona a Junta Militar no poder que substituiu Mubarak para que entregue ao PLJ a tarefa de formar um novo governo.
Mas o Conselho Supremo das Forças Armadas segue apoiando o governo de Kamal Ganzuri, que foi primeiro-ministro de Mubarak entre 1996 e 1999.
Em um comunicado, os Irmãos Muçulmanos qualificaram o desempenho do governo de "grande fracasso", citando a violência, as intervenções em questões judiciais, a lentidão das reformas, a falta de combustível e a queda das reservas monetárias do país.
"Quando exigimos a demissão do governo, seu chefe rejeitou e obteve o apoio do Conselho Militar", lamentou o PLJ. "Não podemos ficar em silêncio com este governo no poder enquanto se aproxima a eleição presidencial", prevista para maio. "Isto levanta suspeitas sobre o processo eleitoral".
"Se alguém tem a intenção de recriar o ex-regime corrupto com caras novas, o povo está disposto a agir para reavivar sua revolução e impedir que o barco afunda nas mãos de gente sem qualquer sentido de responsabilidade", advertiu o partido islâmico.