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Despenalização de consumo e do tráfico de drogas entra em debate

postado em 26/03/2012 08:24
A guerra contra as drogas nas Américas começou oficialmente há quatro décadas, quando o ex-presidente Richard Nixon declarou que os entorpecentes eram o ;inimigo público número um;. De lá para cá, no entanto, não houve dinheiro, legislação ou repressão capaz de frear o crescimento do consumo e do tráfico. Ao contrário: os cartéis se fortaleceram e difundiram a violência pelo continente. Só no México, a violência associada ao crime organizado e ao narcotráfico matou cerca de 50 mil pessoas em pouco mais de cinco anos. Cientes de que a briga está perdida, governos latino-americanos estão pressionando os Estados Unidos a debaterem a opção da despenalização. E, pela primeira vez em 40 anos, os norte-americanos, que formam o maior mercado consumidor, aceitaram discutir o assunto.

O tão aguardado diálogo deve ocorrer no mês que vem, durante a Cúpula das Américas, em Cartagena, na Colômbia. É de lá que vem uma das declarações mais ousadas entre os líderes da região. Em novembro, o presidente Juan Manuel Santos tornou-se o primeiro governante latino-americano a admitir publicamente a possibilidade de legalizar e regular o comércio de substâncias até o momento proibidas. ;Está na hora de rever a guerra contra as drogas;, defendeu, em entrevista ao jornal britânico The Guardian. É verdade que Santos não voltou a fazer afirmações tão efusivas, mas a inquietação acabou contagiando outros presidentes em exercício, que agora clamam por uma mudança de estratégia.

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