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Emissora decide não divulgar vídeos das matanças do atirador de Toulouse

Agência France-Presse
postado em 27/03/2012 11:09
[SAIBAMAIS]Paris - A rede de televisão Al-Jazeera, do Qatar, anunciou nesta terça-feira (27/3) que decidiu não divulgar os vídeos dos sete assassinatos cometidos por Mohamed Merah, o jihadista de Toulouse (França). Em comunicado publicado no site oficial, diz que de acordo com o código ético e já que o vídeo não acrescenta nenhuma informação, a emissora optou por não divulgar o conteúdo. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e as famílias das vítimas pediram anteriormente que as televisões não divulgassem estas imagens. Os canais de televisão franceses anunciaram que atenderiam ao pedido para evitar qualquer "apologia do terrorismo".

O vídeo é uma montagem das imagens dos assassinatos gravados por Mohamed Merah, o jihadista que morreu baleado pela polícia na semana passada, com uma minicâmera, "armazenado em um pen-drive" que se encontrava em um envelope com um carimbo de quarta-feira e que foi enviado à rede parisiense da Al-Jazeera. Uma fonte policial informou que Mohamed Merah não enviou pessoalmente a correspondência, que foi despachada "de fora de Toulouse". Os investigadores buscam a pessoa que teria feito o envio.

Latiga Ibn Ziaten, de 52 anos, mãe de um dos três soldados assassinados pelo jihadista, disse estar aliviada ao conhecer a decisão da Al-Jazeera. Segundo o chefe do escritório em Paris da Al-Jazeera, Zied Tarrouche, o vídeo mostra "todos os ataques realizados em Toulouse e em Montauban em ordem cronológica". Uma cópia do vídeo foi enviada pelo canal à justiça.

O governo francês também denunciou nesta terça-feira as declarações do pai do jihadista, Mohamed Benalel Merah, que declarou na segunda-feira (26/3) que processaria a França por ter matado o filho mais novo. Sarkozy manifestou grande indignação, enquanto o ministro do Interior, Claude Guéant, chamou estas declarações de particularmente odiosas, indecentes. "Se fosse o pai de tal monstro, eu ficaria calado pela vergonha", comentou o ministro das Relações Exteriores, Allain Juppé.

Mohamed Merah, francês de origem argelina, de 23 anos, que tinha um histórico de delinquência juvenil, se converteu ao jihadismo, viajou ao Paquistão e Afeganistão e alegava integrar a Al-Qaeda, matou entre 11 e 19 de março três militares, três crianças e um professor de religião nas cidades de Toulouse e Montauban, sudoeste da França. Morreu no dia 22 de março em um tiroteio com a polícia durante o ataque contra a sua casa, onde estava escondido.

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