Agência France-Presse
postado em 27/03/2012 18:45
Washington - O pai do jovem negro de 17 anos, cuja morte há um mês na Flórida abalou os Estados Unidos, declarou nesta terça-feira (27/3) que seu filho "não morreu em vão", ao citar os debates sobre discriminação racial e protestos desatados pelo assassinato, que permeiam a campanha presidencial.Em 26 de fevereiro, em Sanford (centro da Flórida), Trayvon Martin, desarmado, voltava para casa após comprar doces, quando foi morto pelo vigia voluntário George Zimmerman, que fazia rondas de vigilância em seu bairro.
Depois de um mês de manifestações, homenagens, debates e interrogatórios, os pais de Martin compareceram como testemunhas nesta terça-feira em um fórum organizado no Congresso por democratas da Comissão Judicial da Câmara dos Representantes.
"Trayvon era nosso filho, mas também era filho de vocês", disse a mãe da vítima, Sybrina Fulton, depois de agradecer os legisladores que a convidaram a depor.
"Queria agradecer a todos os que apoiaram nossa família. Efetivamente, ele não morreu em vão. Obrigada por nos ajudarem a permanecer de pé e por prestarem homenagens à herança de Trayvon. Continuaremos brigando por justiça", declarou o pai do adolescente, Tracy Martin.
As declarações ocorrem no mesmo dia que as autoridades confirmaram a versão de Zimmerman sobre o caso. Ele declarou que teria sido atacado com agressividade pelo adolescente.
Uma fonte não identificada revelou ao jornal The Orlando Sentinel na segunda-feira que Zimmerman disse que teve uma briga com Martin, que teria derrubado o vigia e batido sua cabeça contra a calçada várias vezes, momento em que Zimmerman teria usado a arma. Algumas testemunhas confirmaram a versão ao jornal.
Esta também versão foi confirmada pela polícia, que se viu duramente criticada nas últimas semanas pela gestão do caso, já que Zimmerman, cujo paradeiro é desconhecido, não foi preso de acordo com a controversa lei "Defenda sua posição", que permite aos vigias não se submeter à Justiça em caso de legítima defesa.[SAIBAMAIS]