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Sarkozi pede ao povo que não crie polêmica em torno do enterro de Merah

Agência France-Presse
postado em 29/03/2012 14:24
Paris - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, pediu nesta quinta-feira (29/3) que não se faça polêmica com o enterro de Mohamed Merah, enquanto a Prefeitura de Toulouse não considerou "oportuno" enterrar o criminoso na cidade, palco de vários de seus crimes.

"Ele era francês, que seja enterrado e que não se faça polêmica com isso", declarou Sarkozy, consultado pela rede de informações 24 horas BFM TV durante uma viagem de campanha no sudeste da França.

A Prefeitura de Toulouse anunciou nesta quinta-feira (29/3) o adiamento em 24 horas do funeral de Mohamed Merah, previsto para esta quinta à tarde no cemitério de Cornebarrieu, na esperança de que o Estado encontre um outro local para o enterro.

O prefeito da cidade, Pierre Cohen, "considera que seu enterro em território da cidade de Toulouse não é oportuno".

Argel, capital da Argélia, havia anteriormente se negado a receber os restos mortais de Merah, francês de origem argelina.

A perspectiva de um enterro próximo a Toulouse, onde Mohamed Merah morou quase toda a sua vida, suscita mais preocupação de que seu túmulo se torne uma válvula de escape para as expressões de ódio ou de simpatia.

"Eu disse o que pensava de Mohamed Merah, que agiu de forma monstruosa. Disse que as manifestações de seu pai eram profundamente indignas e indecentes. Como chefe de Estado, eu teria preferido que pudéssemos interrogar Mohamed Merah vivo. Fizemos tudo por isso, a polícia fez um trabalho notável e considerei que as polêmicas eram na época vergonhosas", acrescentou Nicolas Sarkozy.

O pai de Mohamed Merah, Mohamed Benalel Merah, havia anunciado na segunda-feira (26/3) que pretendia apresentar uma queixa contra a França após a morte de seu filho a tiros pela polícia.

Francês de origem argelina, de 23 anos, com uma trajetória de delinquente que se tornou jihadista, passando por Paquistão e Afeganistão e reivindicando seu pertencimento à Al-Qaeda, Mohamed Merah assassinou nos dias 11, 15 e 19 de março três militares, além de três estudantes e um professor judeus, em Toulouse e em Montauban.

Ele foi morto em 22 de março em uma troca de tiros com a polícia que invadiu o apartamento no qual estava entrincheirado em Toulouse.[SAIBAMAIS]

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