Agência France-Presse
postado em 29/03/2012 17:39
Washington - Dois proeminentes senadores hispânicos dos Estados Unidos, o democrata Robert Menéndez e o republicano Marco Rubio, manifestaram nesta quinta-feira (29/3) a sua preocupação com a liberdade de imprensa na América Latina e disseram que o Brasil pode fazer mais neste tema como líder regional.Ambos concederam uma coletiva de imprensa conjunta no Congresso no momento em que a Corte Interamenricana de Direitos Humanos (CIDH) realiza seu período de sessões. Ao serem consultados sobre o papel do Brasil na região, Menéndez e Rubio concordaram que a presidente Dilma Rousseff pode fazer mais a respeito.
"O presidente (Barack) Obama não pode dizer ao Brasil o que ele tem que fazer, mas, como país amigo, pode dizer que está crescendo e que tem responsabilidades", disse Rubio. Dilma será recebida por Obama dia 9 de abril na Casa Branca.
"A realidade é que o Brasil obviamente é um líder hemisférico e os líderes têm obrigações", acrescentou Menéndez. As declarações dos dois senadores foram feitas também paralelamente a uma visita a Washington do chanceler equatoriano, Ricardo Patiño.
Patiño foi a Washington se reunir na sede da CIDH com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza.
Casos como a ação do presidente Rafael Correa contra o diário El Universal "são uma degradação fundamental da liberdade de imprensa e da democracia", disse Menéndez.
"Um número crescente de países começou a colocar uma mordaça nos meios" de comunicação, acrescentou Rubio.
Ambos os senadores, de origem cubana, são membros da comissão das Relações Exteriores da Câmara, onde defendem posições anticastristas.
Ménendez é um proeminente legislador em temas latino-americanos enquanto Rubio, em sua primeira legislatura, foi indicado como um possível candidato à vice-presidência se o indicado de seu partido for Mitt Romney.
Antes da coletiva de imprensa, uma organização denominada Casa da Liberdade realizou um ato com jornalistas da Venezuela, Equador e Argentina para denunciar esses ataques aos meios.
"No final do dia o histórico do presidente (Hugo) Chávez é muito claro e trágico" quanto à liberdade de imprensa, criticou Rubio.
O republicano chamou de "inovadoras e diabólicas" as medidas do governo argentino para o que denominou "formas de diminuir o poder da imprensa no país", como as limitações para a compra de papel para impressão.