Agência France-Presse
postado em 30/03/2012 10:37
Paris - O presidente francês e candidato à reeleição Nicolas Sarkozy se situou nesta sexta-feira (30/3) na linha de frente da luta contra o islã radical, após a prisão de 19 pessoas em uma França traumatizada pelas mortes de Toulouse, episódio que comparou ao 11 de setembro dos Estados Unidos. Sarkozy declarou que a operação não está vinculada simplesmente com Toulouse, pois acontece em todo o território francês e é realizada em total acordo com a justiça. Ele informou que foram 19 as pessoas detidas. Disse ainda que ainda serão realizadas outras operações que também permitirá expulsar do território francês um certo número de pessoas que não teriam razão de estar no país.[SAIBAMAIS]Esta operação, destinada, segundo a polícia, a desmantelar redes, foi realizada por agentes do serviço de contraespionagem e, em alguns casos, com o apoio da unidade de intervenção de elite da polícia. Ocorreu em Toulouse (sul), Nantes (oeste), Lyon (centro), Provença (sudeste) e na região de Paris. Entre as pessoas detidas figura o líder do grupo radical proibido Forsane Alizza, Mohammed Achamlane. Várias armas foram apreendidas em Nantes, segundo uma fonte policial, que enumerou "três Kalachnikovs, uma pistola Glock e uma granada". O grupo Forsane Alizza foi proibido em janeiro passado pelo ministério do Interior, que o acusou de querer formar simpatizantes para a luta armada. O dirigente, Mohammed Achamlane, desmentiu então que o movimento tivesse intenções violentas.
Nicolas Sarkozy participava nesta sexta-feira de uma transmissão de rádio no âmbito da campanha para a eleição presidencial, e o tema das mortes de Toulouse lhe deu uma chance ade cultivar o status presidencial, segundo os analistas. Depois da morte de Merah, no dia 22 de março, o presidente pediu à polícia que fizesse uma avaliação da periculosidade das pessoas conhecidas por ter vínculos com o islã radical.
Também propôs medidas para punir penalmente os indivíduos que consultassem sites extremistas e que viajassem a países estrangeiros, como Afeganistão e Paquistão, com fins de doutrinamento. Na quinta-feira (29/3), o governo proibiu a entrada na França de quatro pregadores muçulmanos que participariam de um congresso islâmico na região parisiense.