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Dilma não tratou da questão de caças Rafale com dirigentes indianos

Nova Délhi - A presidente Dilma Rousseff não tratou da questão da compra dos caças franceses Rafale, que conta com o apoio da Índia, durante as conversas que manteve com seus interlocutores indianos. Indagada pelos jornalistas a respeito de eventuais contatos sobre o tema durante a visita à Índia, a presidente se limitou a manter silêncio. A imprensa brasileira contava que, no encontro da presidente com o primeiro-ministro indiano, Manmohan Sighn, o tema fosse abordado.

O Brasil deve definir este ano uma licitação para a compra de 36 aviões caças no valor de 5 bilhões de dólares, num negócio em que competem o Rafale, da francesa Dassault, o F/A-18 Super Hornet, da americana Boeing, e o Gripen NG, da sueca Saab. Analistas e fontes do governo indicaram que a decisão da Índia em entrar em negociações exclusivas com a França para a compra de 126 caças Rafale - uma licitação calculada em 12 bilhões de dólares - pode ajudar a convencer o Brasil a optar pelo mesmo avião.

O titular da Defesa, Celso Amorim, não fez parte da delegação de seis ministros que acompanhou a presidente à Índia para participar na IV Cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), seguida de uma visita de Estado. Amorim esteve na Índia em fevereiro para debater a possibilidade de um acordo técnico-militar entre os dois países, no qual o Brasil já apresentou um projeto.

No encerramento de um encontro com empresários de ambos os países, Dilma assegurou que, precisamente, o setor da defesa oferece um amplo espaço para a cooperação bilateral. Rousseff citou a associação do fabricante aeronáutico Embraer e da Defense Research and Development Organisation (DRDO) da Índia para equipar uma aeronave com sistemas de radar desenvolvidos no país asiático, como "um exemplo que devemos seguir", afirmou.