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Viúvas e filhas de Bin Laden são condenadas a 45 dias de prisão

Agência France-Presse
postado em 02/04/2012 09:54
Islamabad - A justiça paquistanesa condenou nesta segunda-feira (2/4) as três viúvas e duas filhas de Osama Bin Laden a 45 dias de prisão por estadia ilegal no país. Em seguida, serão expulsas com seus filhos de volta para seus países de origem, 11 meses depois do ataque americano fatal ao líder da Al-Qaeda. As três esposas - duas sauditas e uma iemenita -, assim como as duas filhas, estavam há 11 meses sob prisão domiciliar.

Esta detenção prolongada e por muito tempo sem motivo, provocou questionamentos sobre a atitude das autoridades paquistanesas, suspeitas de querer dissimular informações sobre os último anos de Bin Laden e, principalmente, como conseguiu viver tantos anos no país sem ser perturbado. As cinco acusadas - as duas filhas são maiores de 12 anos, idade da maioridade no Paquistão - assim que saírem da prisão, serão expulsas do país em duas semanas, informou o advogado da família Muhammad Aamir, aos jornalistas em frente à casa de Islamabad, cercada por policiais.

É nesta grande casa de dois andares que as três viúvas e um número indeterminado de filhos e netos do líder da Al-Qaeda estão confinados. A audiência durou três horas. Além do período na prisão, cada uma terá que pagar uma multa de 10 mil rupias (82 euros), declarou Zakarya Ahmad Abdulfattah, irmão da mais jovem esposa, a iemenita Amal Abdulfattah, 30 anos. As duas outras são as sauditas Khairiah Sabar e Siham Sabar. As acusadas devem cumprir o resto da pena na mesma casa de Islamabad.

O tribunal também pediu ao governo de preparar os documentos necessários ao repatriamento "o mais rápido possível", acrescentou Zakarya Abdulfattah. Após matar o líder da Al-Qaeda, seus dois guarda-costas e um de seus filhos, os americanos levaram seu corpo e deixaram aos paquistaneses a decisão sobre o futuro das esposas, filhos e netos, encontrados no local. A família, que nunca fez aparição pública, nos últimos meses não pôde nem mesmo receber a visita de parentes.

Esta detenção e a incerteza que prevalece sobre o destino das mulheres, alimentaram suspeitas contra as autoridades paquistanesas, regularmente acusadas de ajudar movimentos islâmicos e, neste caso, de ter fechado os olhos para a presença de Bin Laden no país. De acordo com um informe policial que cita Amal, a única viúva que aceitou cooperar nos interrogatórios, segundo fontes da segurança paquistaneses, a família Bin Laden, que vivia no Afeganistão antes dos atentados de 11 de setembro, foi separada durante a intervenção ocidental no final de 2001.

Segundo a mesma fonte, Bin Laden encontrou suas esposas e filhos depois do verão de 2002 em Peshawar, principal cidade do noroeste do Paquistão. Eles permaneceram na região entre 2002 e 2005 por nove meses em Swat e dois anos em Haripur. Em 2005, instalaram-se mais ao norte, em Abbottabad, onde finalmente foram encontrados pelos americanos. Durante esta fuga, Amal, que já tinha um filho de Bin Laden, teve mais quatro, dois em Haripur, em 2003 e 2004, e dois outros em Abbottabad, em 2006 e 2008.

Os dois primeiros nasceram em um hospital público de Haripur, onde Amal disse ter passado "não mais do que duas ou três horas" a cada vez. Durante o ataque de Abbottabad, Amal foi ferida ao tentar proteger seu marido, segundo os americanos. Depois, seu irmão Zakarya denunciou a prisão "ilegal" da irmã e dos filhos e da situação precária da saúde dos familiares.

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