Agência France-Presse
postado em 02/04/2012 19:57
Nova York - O mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, afirmou nesta segunda-feira (2/4) ao Conselho de Segurança da ONU que Damasco havia aceitado a data limite de 10 de abril para por em prática o plano de reduzir a violência no páis, um anúncio recebido com ceticismo pelos EUA.
Um pouco mais cedo, a Rússia, fiel ao regime sírio de Bashar al-Assad, rejeitou qualquer prazo para aplicar o plano de Annan, solicitado no domingo em Istambul pelos "Amigos da Síria".
Annan, que dirigiu o Conselho através de videoconferência de Genebra, disse que o governo de Damasco aceitou começar a aplicar o plano no dia 10 de abril e que respeitará um cessar-fogo dentro de 48 horas depois desse prazo, disseram fontes diplomáticas.
O emissário pediu aos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU que apoiem a data limite, explicaram as mesmas fontes.
Annan também disse que o Conselho de Segurança deve começar a considerar a possibilidade de mobilizar uma missão de observadores para monitorar os acontecimentos na Síria, onde mais de 10 mil pessoas morreram desde o começo do conflito há um ano, segundo dados da ONU.
O plano de Annan defende o fim da violência por todas as partes, sob a supervisão da ONU, o fornecimento de ajuda humanitária às regiões afetadas pelos combates e a libertação das pessoas detidas arbitrariamente.
Depois do anúncio, os Estados Unidos expressaram suas dúvidas a respeito da vontade real de Damasco de aplicar esse plano.
"Vimos promessas feitas e logo quebradas" pelo regime sírio e nossa "experiência nos leva a ser céticos", disse a embaixadora americana na ONU, Susan Rice, acrescentando que Washington "temia uma escalada da violência" nos próximos dias.
Annan também declarou ao Conselho que até agora não houve avanços sobre o cessar-fogo nem na implantação dos seis pontos do plano de paz, segundo fonte diplomática.
Nesta segunda-feira era esperada a chegada à Síria do chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Jakob Kellenberger, para uma visita de dois dias na qual se reunirá com vários ministros para discutir a extensão da ajuda humanitária, a trégua e as visitas aos detidos.
Enquanto isso, o Exército sírio continuava com o bombardeio de áreas rebeldes, com um total de 34 mortos, entre eles 16 civis, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, no dia seguinte à conferência de "Amigos da Síria" em Istambul, que o regime de Assad decidiu ignorar e a Rússia criticou duramente.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou na Armênia que "os ultimatos e prazos impostos artificialmente quase nunca ajudam".
A imprensa oficial ou pró-governo síria classificou a reunião da Turquia de "novo fracasso" nas tentativas de desestabilizar o governo, que está determinado a liquidar uma rebelião popular que se desmilitarizou com o passar dos meses.
"A reunião dos ;inimigos da Síria;, apesar da mobilização jornalística (...), se mostrou incapaz de romper a determinação dos sírios e sua rejeição a uma intervenção estrangeira", publicou o jornal Al Baas, do partido no poder.
Segundo esse jornal, os participantes da reunião "deverão reconhecer cedo ou tarde que a resistência dos sírios, as reformas (anunciadas por Al-Assad) e o duplo veto russo e chinês (...) permitiram que a Síria superasse a crise e ganhasse a batalha".
Divididos sobre a questão da entrega de armas aos rebeldes, os países ocidentais e árabes tiveram que se limitar em Istambul a destacar o direito do povo à autodefesa diante da repressão.
O Conselho Nacional Sírio (CNS) pediu expressamente armas para os rebeldes, apoiados por Arábia Saudita e Qatar, mas esse grupo não conseguiu vencer a oposição da maioria dos países, incluindo os Estados Unidos.
Diante deste cenário, os representantes do Exército Livre da Síria (ELS, formado por militares dissidentes e desertores do exército regular) não escondiam sua frustração e reiteraram que, sem armamento do exterior, o regime de Assad não cairá.
O secretário do Conselho Militar do ELS, Amar al-Wawi, disseque evitar a questão do armamento permitia "prolongar a vida" do regime.
Nesta segunda-feira (2/4), o porta-voz do ELS, Kasem Saadedin, confirmou o estado de ânimo entre os rebeldes, afirmando que "as conferências não fazem nada para proteger a população indefesa".
"A comunidade internacional, tardando em exercer pressões sobre o regime e impedindo a entrega de armas aos rebeldes assume a inteira responsabilidade pelos massacres", disse Saadedin, contatado de Beirute por Skype.
Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira que aportarão 1,25 milhão de dólares para financiar um Centro de Informação para a Justiça na Síria, encarregado de contar as violações dos direitos humanos cometidos no país.
Um pouco mais cedo, a Rússia, fiel ao regime sírio de Bashar al-Assad, rejeitou qualquer prazo para aplicar o plano de Annan, solicitado no domingo em Istambul pelos "Amigos da Síria".
Annan, que dirigiu o Conselho através de videoconferência de Genebra, disse que o governo de Damasco aceitou começar a aplicar o plano no dia 10 de abril e que respeitará um cessar-fogo dentro de 48 horas depois desse prazo, disseram fontes diplomáticas.
O emissário pediu aos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU que apoiem a data limite, explicaram as mesmas fontes.
Annan também disse que o Conselho de Segurança deve começar a considerar a possibilidade de mobilizar uma missão de observadores para monitorar os acontecimentos na Síria, onde mais de 10 mil pessoas morreram desde o começo do conflito há um ano, segundo dados da ONU.
O plano de Annan defende o fim da violência por todas as partes, sob a supervisão da ONU, o fornecimento de ajuda humanitária às regiões afetadas pelos combates e a libertação das pessoas detidas arbitrariamente.
Depois do anúncio, os Estados Unidos expressaram suas dúvidas a respeito da vontade real de Damasco de aplicar esse plano.
"Vimos promessas feitas e logo quebradas" pelo regime sírio e nossa "experiência nos leva a ser céticos", disse a embaixadora americana na ONU, Susan Rice, acrescentando que Washington "temia uma escalada da violência" nos próximos dias.
Annan também declarou ao Conselho que até agora não houve avanços sobre o cessar-fogo nem na implantação dos seis pontos do plano de paz, segundo fonte diplomática.
Nesta segunda-feira era esperada a chegada à Síria do chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Jakob Kellenberger, para uma visita de dois dias na qual se reunirá com vários ministros para discutir a extensão da ajuda humanitária, a trégua e as visitas aos detidos.
Enquanto isso, o Exército sírio continuava com o bombardeio de áreas rebeldes, com um total de 34 mortos, entre eles 16 civis, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, no dia seguinte à conferência de "Amigos da Síria" em Istambul, que o regime de Assad decidiu ignorar e a Rússia criticou duramente.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou na Armênia que "os ultimatos e prazos impostos artificialmente quase nunca ajudam".
A imprensa oficial ou pró-governo síria classificou a reunião da Turquia de "novo fracasso" nas tentativas de desestabilizar o governo, que está determinado a liquidar uma rebelião popular que se desmilitarizou com o passar dos meses.
"A reunião dos ;inimigos da Síria;, apesar da mobilização jornalística (...), se mostrou incapaz de romper a determinação dos sírios e sua rejeição a uma intervenção estrangeira", publicou o jornal Al Baas, do partido no poder.
Segundo esse jornal, os participantes da reunião "deverão reconhecer cedo ou tarde que a resistência dos sírios, as reformas (anunciadas por Al-Assad) e o duplo veto russo e chinês (...) permitiram que a Síria superasse a crise e ganhasse a batalha".
Divididos sobre a questão da entrega de armas aos rebeldes, os países ocidentais e árabes tiveram que se limitar em Istambul a destacar o direito do povo à autodefesa diante da repressão.
O Conselho Nacional Sírio (CNS) pediu expressamente armas para os rebeldes, apoiados por Arábia Saudita e Qatar, mas esse grupo não conseguiu vencer a oposição da maioria dos países, incluindo os Estados Unidos.
Diante deste cenário, os representantes do Exército Livre da Síria (ELS, formado por militares dissidentes e desertores do exército regular) não escondiam sua frustração e reiteraram que, sem armamento do exterior, o regime de Assad não cairá.
O secretário do Conselho Militar do ELS, Amar al-Wawi, disseque evitar a questão do armamento permitia "prolongar a vida" do regime.
Nesta segunda-feira (2/4), o porta-voz do ELS, Kasem Saadedin, confirmou o estado de ânimo entre os rebeldes, afirmando que "as conferências não fazem nada para proteger a população indefesa".
"A comunidade internacional, tardando em exercer pressões sobre o regime e impedindo a entrega de armas aos rebeldes assume a inteira responsabilidade pelos massacres", disse Saadedin, contatado de Beirute por Skype.
Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira que aportarão 1,25 milhão de dólares para financiar um Centro de Informação para a Justiça na Síria, encarregado de contar as violações dos direitos humanos cometidos no país.