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Incêndio em mercado de Moscou deixa 17 trabalhadores imigrantes mortos

Agência France-Presse
postado em 03/04/2012 08:36

Moscou - Pelo menos 17 trabalhadores imigrantes morreram no incêndio de um depósito em um mercado na zona sul de Moscou nesta terça-feira, informou o Ministério russo para Situações de Emergência, um drama que testemunha as condições de vida insalubres das vítimas. Segundo agências de notícias russas, as vítimas eram cidadãos do Tadjiquistão, a mais pobre das repúblicas da antiga União Soviética. Todos trabalhavam e viviam neste mercado especializado em materiais de construção. O incêndio começou às 5h [22h de segunda-feira (3/4), horário de Brasília], em Kashalovsky, subúrbio ao sul de Moscou. O fogo, que destruiu uma área de 50m;, foi contido às 5h locais (0h no horário de Brasília).

As 17 vítimas dormiam em um local fechado, o que deixou presas entre as chamas, segundo a polícia. Para chegar ao dormitório improvisado, os bombeiros tiveram que quebrar o muro de metal do local. O ministro de Situações de Emergência, Serguei Choigou, denunciou as condições vividas pelos trabalhadores. A polícia acredita que o incêndio tenha sido provocado por um radiador elétrico e abriu uma investigação sobre a moradia de trabalhadores no local.

Milhares de cidadãos de antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central, como Tadjiquistão ou Quirguistão, trabalham em obras na cidade de Moscou, geralmente de forma clandestina, e são alojadas no local de trabalho ou em prédios abandonados. Incêndios acidentais na Rússia causam regularmente a morte de trabalhadores imigrantes. Sete operários morreram em maio de 2011, em Moscou, devido a um incêndio em um prédio parcialmente destruído que era habitado por imigrantes. Em janeiro de 2009, sete outros vindos de uma república da Ásia central morreram em um incêndio em uma garagem subterrânea em construção.

A Rússia, que carece de mão de obra em razão de uma grave crise demográfica, recebe milhões de trabalhadores imigrantes. O presidente eleito e atual primeiro-ministro, Vladimir Putin, prometeu reforçar o controle de imigração.

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