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Dissidente chinês instala câmeras para ironizar vigilância a qual é mantido

Pequim - O artista dissidente chinês Ai Weiwei anunciou nesta terça-feira (3/4) que instalou quatro câmeras conectadas a internet em sua residência de Pequim, com o objetivo de ironizar a vigilância constante da qual é vítima. Ai Weiwei ficou preso em um local não revelado de abril a junho de 2011, o que provocou uma onda de indignação em todo o mundo. Desde então vive sob vigilância, sem poder abandonar Pequim. Uma das câmeras está sobre sua cama e outra em seu escritório. As imagens podem ser consultadas no endereço weiweicam.com.

O artista e dissidente, que não poupa críticas ao Partido Comunista, revelou em novembro que recebera uma notificação para pagar ao fisco 15 milhões de yuanes (1,7 milhão de euros). Graças à mobilização de 30.000 chineses, ele conseguiu entregar a garantia necessária para apresentar uma apelação contra a retificação, que, segundo Weiwei, será uma punição por suas críticas ao regime. As autoridades aceitaram reconsiderar a decisão e o procedimento está em curso.