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"Ficamos acorrentados durante anos", revelam ex-reféns das Farc

postado em 03/04/2012 21:23
Bogotá - Os seis policiais colombianos que a guerrilha das Farc libertou unilateralmente na segunda-feira (3/4), após mais de doze anos de cativeiro, revelaram nesta terça que ficaram acorrentados durante anos, e que seu maior medo era morrer fuzilado ou em um bombardeio da força aérea.

"Durante muitos anos ficamos acorrentados uns aos outros. Isto era uma humilhação", disse o policial Carlos José Duarte, em entrevista coletiva concedida 24 horas após a libertação.

O sargento César Augusto Lasso lembrou que durante os anos de cativeiro sempre esteve vigiado de perto por um guerrilheiro: "tínhamos limitação de espaço e de movimento".

Os seis policiais destacaram que durante o longo cativeiro mantiveram o ânimo graças ao rádio, pelo qual recebiam mensagens de apoio da família e da sociedade.

Foi precisamente pelo rádio que o grupo soube da fuga do policial John Frank Pinchao, no dia 28 de abril de 2007, após oito anos em poder das Farc.

"Ficamos muito alegres e isto nos deu forças para tentar fugir", lembrou o sargento Lasso.

O sargento José Libardo Forero e o intendente Jorge Trujillo conseguiram escapar no dia 15 de setembro de 2009, mas após um mês lutando contra condições extremas na selva, os dois foram recapturados em 16 de outubro, em uma casa de lavradores onde pararam para almoçar.

[SAIBAMAIS]"Na saída a guerrilha nos pegou e sabíamos que seríamos fuzilados. Tiraram nossa roupa e nos jogaram no chão. Disse a eles: não nos humilhem mais porque estamos cansados de ser humilhados, se vão nos fuzilar, façam isto (...), mas graças a Deus não fizeram", revelou Forero.

Os seis policiais lembraram que cada vez que se aproximava um avião do Exército temiam por sua vida.

O grupo revelou ainda que as Farc estão "enfraquecidas" e já "não contam com a mesma rede de abastecimento", mas "ainda não estão derrotadas".

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