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Regime sírio diz retirar tropas, mas exército intensifica ataques

Agência France-Presse
postado em 05/04/2012 11:03
Damasco - O regime sírio afirma ter iniciado a retirada de suas tropas de algumas zonas do país, mas o Exército intensificava nesta quinta-feira (5/4) o cerco das regiões rebeldes, faltando sete dias para vencer o prazo dado pelo emissário da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, para um cessar-fogo total. Annan espera um cessar-fogo completo entre o governo sírio e a oposição nas 48 horas posteriores a 10 de abril, enfatizou o porta-voz Ahmad Fawzi. Fawzi também informou que Annan viajará a Teerã em 11 de abril, mas não revelou detalhes sobre as reuniões que o ex-secretário-geral da ONU terá no Irã.

Annan falará nesta quinta-feira por videoconferência de Genebra à Assembleia Geral da ONU em Nova York. Ele informará a situação na Síria e os progressos de sua missão. Annan já falou duas vezes ao Conselho de Segurança desde que foi nomeado como emissário. Ele anunciou na segunda-feira que Damasco havia aceitado iniciar a aplicação do plano de paz até 10 de abril, com a retirada das tropas das cidades rebeldes. O jornal ligado ao governo Al Watan informou sobre uma carta enviada a Annan segundo a qual "unidades do Exército começaram a ser retiradas de algumas regiões". Mas os militantes negam enfaticamente qualquer retirada das tropas e mencionam, ao contrário, a intensificação dos ataques.

O Exército sírio iniciou nesta quinta-feira uma ofensiva contra a cidade de Duma, perto de Damasco, provocando violentos confrontos com os rebeldes, e matou dois jovens na capital do país. Além disso, cinco soldados morreram em dois ataques nas províncias de Aleppo (norte) e de Deraa (sul). De acordo com a ONG, dois jovens morreram no bairro de Kafar Sousseh, em Damasco, atingidos por tiros das forças oficiais quando estavam em seus carros.

A violência deixou 170 mortos desde segunda-feira no país, dia em que a ONU anunciou que Damasco havia prometido aplicar de maneira imediata o plano de paz do emissário internacional Kofi Annan. A retirada dos tanques é um dos principais pontos do plano Annan que Damasco se comprometeu a aplicar até a próxima terça-feira, mas impondo como condição o fim da violência dos rebeldes, que o regime chama de "terroristas". A Síria é sacudida há mais de um ano por uma revolta contra o regime que a reprime de forma violenta. A violência deixou mais de 10.000 mortos, em sua maioria civis, segundo o OSDH.

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