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China determina o desligamento de câmeras em apartamento de dissidente

Agência France-Presse
postado em 05/04/2012 11:42
Pequim - O artista dissidente chinês Ai Weiwei anunciou nesta quinta-feira (5/4) que as autoridades ordenaram que ele desligasse as câmeras conectadas à internet que havia instalado em sua residência de Pequim para ironizar a vigilância constante a que é submetido. O artista afirmou ainda que as autoridades não apresentaram um motivo para a ordem.

Ai Weiwei ficou preso em um local não revelado de abril a junho de 2011, o que provocou uma onda de indignação em todo o mundo. Desde então vive sob vigilância, sem poder abandonar Pequim. Diante de sua residência-ateliê, no bairro de Caochangdi, onde ficam várias galerias artísticas de vanguarda, as autoridades mantêm um permanente sistema de vídeo-vigilância.

Ao instalar em sua residência quatro câmeras adicionais, cujas imagens podiam ser vistas no endereço weiweicam.com, Ai Weiwei ressaltou o sentimento de provocação que caracteriza sua obra e irrita o regime de Pequim. O artista e dissidente, que não poupa críticas ao Partido Comunista, revelou em novembro que recebera uma notificação para pagar ao fisco 15 milhões de yuanes (1,7 milhão de euros).

Graças à mobilização de 30.000 chineses, ele conseguiu entregar a garantia necessária para apresentar uma apelação contra a retificação, que, segundo Weiwei, será uma punição por suas críticas ao regime. As autoridades aceitaram reconsiderar a decisão e o procedimento está em curso.

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