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Sarkozy pede o voto dos franceses para evitar uma crise econômica

Paris - O presidente-candidato Nicolas Sarkozy pediu aos eleitores franceses confiança para os próximos cinco anos, se quiserem evitar as terríveis crises da dívida que assolam a Espanha e a Grécia. Faltam apenas 17 dias para a eleição presidencial (22 de abril e 6 de maio) e, enfim, Sarkozy apresentou o seu programa eleitoral completo. É o início do fim de uma campanha marcada por um discurso muito duro sobre segurança e imigração.

Ele apresentou como exemplo a não ser seguido "as exorbitantes taxas de juros" da dívida espanhola e a "necessidade de reduzir as pensões e cortar salários". O presidente também opôs o seu programa "ao festival de novos gastos" sem financiamento de seu principal adversário, o socialista François Hollande. Este último ainda lidera as pesquisas no segundo turno, enquanto os dois aparecem praticamente empatados no primeiro turno.

Nicolas Sarkozy irá divulgar milhões de cópias de uma lista com suas principais propostas e uma "carta ao povo francês" de 34 páginas, afirmou. François Hollande, por sua vez, apresentou no final de janeiro seus 60 compromissos com a França. O presidente disse que, caso seja reeleito, realizará a votação, ainda em 2012, da "regra de ouro" orçamentária, cujo princípio foi decidido em nível europeu. O que significa registrar o objetivo de restaurar o equilíbrio das finanças públicas na Constituição.

Até agora, os socialistas, que se opõem ao projeto, impediram o governo de obter uma maioria de três quintos dos parlamentares para a aprovação do texto. Ele acrescentou que irá solicitar também o congelamento da contribuição francesa para o orçamento da UE, o que representa uma economia de 600 milhões de euros por ano.

O objetivo é alcançar o equilíbrio das finanças públicas até 2016. Nicolas Sarkozy advertiu nesta semana que o esforço de redução da dívida prometido aos parceiros europeus era de 115 bilhões de euros: 75 bilhões em economia e 40 bilhões de novas receitas. Nicolas Sarkozy mudou o foco de sua campanha do campo econômico ao focar na imigração, que ele deseja diminuir, e a segurança, após a comoção despertada pelos assassinatos cometidos pelo jovem jihadista Mohamed Merah.

François Hollande detalhou, durante um comício de campanha em Rennes (oeste), as medidas que tomaria em seu primeiro ano no cargo de presidente com o lema: "a mudança começará imediatamente. " Uma mudança que toma forma em 35 medidas concretas: bloqueio dos preços dos combustíveis, mudanças na reforma da previdência, redução do salário do presidente e ministros, reforma tributária com a taxação de 75% para rendas superiores a 1 milhão de euros anuais .

Nicolas Sarkozy também tentou afastar o eleitorado moderado de François Hollande, afirmando que ele corre o risco de ser um "refém" do candidato da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, que realiza um avanço espetacular. Na última pesquisa do instituto CSA, Mélenchon subiu para o 3; lugar com 15% das intenções de voto (%2b2,5), atrás dos dois favoritos, Sarkozy (30%) e Hollande (29%).