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Traficante de armas Viktor Bout condenado a 25 anos de prisão na Rússia

Agência France-Presse
postado em 05/04/2012 21:43
Nova York - Uma juíza americana condenou nesta quinta-feira a 25 anos de prisão o traficante de armas russo Viktor Bout, também conhecido como "O Mercador da Morte", por conspiração para a venda de armamento à guerrilha das Farc na Colômbia. Bout, de 45 anos, acusado de vender armas a ditadores e grupos rebeldes nos mais sangrentos conflitos em todo o mundo, inspirou o personagem protagonizado por Nicolas Cage em "O Senhor da Guerra" (2005). A juíza federal de Nova York Shira Scheindlin rejeitou o pedido da promotoria de prisão perpétua e decretou que "25 anos são suficientes" para os crimes cometidos por Bout, considerado culpado no dia 2 de novembro passado. Em sua últimas palavras antes de conhecer a pena, Viktor Bout, conhecido como o maior traficante de armas do mundo, afirmou ser inocente e que "jamais desejou matar alguém". "Deus sabe a verdade. O tempo responderá por mim", disse Bout, vestido com uniforme de prisioneiro, sob os olhares da mulher e da filha, sentadas na segunda fila do tribunal. Ex-piloto e tradutor das Forças Armadas soviéticas, Bout foi preso em 2008, na Tailândia, em uma operação secreta de agentes americanos. Em 2010, acabou extraditado aos Estados Unidos, após uma longa batalha judicial que provocou tensão entre Washington e Moscou. Chamado pelas autoridades americanas de "O Mercador da Morte", Bout foi acusado de tentar vender a agentes disfarçados mísseis terra-ar que seriam utilizados pela guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) contra aparelhos americanos de combate ao tráfico de drogas. As autoridades americanas afirmam que Bout montou uma frota de aviões de carga da extinta União Soviética para levar armas à África, América do Sul e Oriente Médio. A defesa admitiu que Bout administrou uma frota de aviões de carga adquirida após o colapso da União Soviética, mas insistiu em que jamais negociou armas. Bout não é acusado de qualquer crime na Rússia, que sempre manifestou suas dúvidas sobre a lisura do processo e sobre a intervenção direta de Washington no caso.

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