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Milhares de sírios fazem protesto e a violência prossegue no país

Agência France-Presse
postado em 06/04/2012 13:15
DAMASCO - Milhares de sírios voltaram a pedir o fim do regime de Bashar al-Assad nesta sexta-feira, sob o fogo das forças governamentais, que intensificaram a ofensiva para assumir o controle das cidades rebeldes.

A violência retornou um dia depois da morte de 77 pessoas e do emissário internacional Kofi Annan ter citado baixas "alarmantes", apesar de o regime do regime ter aceitado o dia 10 de abril como prazo final para a retirada das tropas das cidades insurgentes.

Em sua página no Facebook, o grupo ativista Revolução Síria 2011 convocou os sírios a sair às ruas e defender a entrega de armas aos rebeldes.

Os Comitês de Coordenação Local informaram que as forças de segurança abriram fogo contra manifestantes em Duma, norte de Damasco, na cidade de Hama (centro) e em Idleb (noroeste).

Protestos também aconteceram na província de Daraa, berço da revolta. Outras regiões do país tinham manifestações programadas, segundo Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Nesta sexta-feira explodiram combates na província de Homs (centro) entre desertores do vilarejo de Al-Tiba e homens armados das aldeias leais ao regime do presidente Bashar al-Assad, depois que milicianos abriram fogo contra mulheres de Al-Tiba, matando duas delas e ferindo outras quatro, segundo a ONG, que tem sede em Londres.

As Forças Armadas também bombardearam os bairros de Homs. Na cidade de Rastan, mais ao norte, cercada e atacada, também foram registrados enfrentamentos.

De acordo com os ativistas, sete pessoas morreram nesta sexta-feira em todo o país. O OSDH informou ainda que em Damasco as forças de segurança revistavam casas nos subúrbios, depois de uma noite de combates com desertores, que mataram três soldados.

Na quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU, incluindo Rússia e China, se uniu a Annan na pressão sobre o presidente Bashar al-Assad para a implementação do plano de paz de seis pontos.

O Conselho pediu ao governo sírio que implemente de maneira urgente e visível os compromissos assumidos com Annan, com o objetivo de obter o fim das hostilidades.

O regime deve iniciar uma pausa diária de duas horas na repressão para permitir um acesso humanitário imediato. O Conselho destacou que, dependendo dos progressos relatados por Annan, considerará os próximos passos apropriados.

Damasco concordou em retirar as tropas e o armamento pesado das cidades até a próxima terça-feira. Annan afirmou que, se isto acontecer, vai exigir um cessar-fogo completou na quinta-feira, 12 de abril. Mas o governo sírio alega que o número do que chama de atos terroristas aumentou desde o acordo alcançado com Annan.

Damasco também acusa a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, de "fechar os olhos" para o terrorismo que afeta a população síria com ações de grupos armados financiados por fontes externas.

As potências ocidentais manifestam sérias dúvidas sobre a intenção de Assadi de cumprir o prometido. Annan disse que não tem confirmar o início da retirada dos tanques das cidades insurgentes.

De acordo com a ONU, mais de 9.000 pessoas morreram em um ano de repressão do regime aos opositores. Os ativistas afirmam que o número de vítimas supera 10.000.

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