postado em 08/04/2012 18:11
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Didier Reynders, disse hoje (8) em entrevista à TV5 que, caso o cessar-fogo previsto para começar na terça-feira (10) na Síria não seja respeitado, será necessária a implementação de uma intervenção humanitária com presença militar. ;Há um plano em cima da mesa com o prazo de 10 de abril. Se este plano não for respeitado, então será preciso passar à etapa seguinte;, disse Reynders, citado pela AFP, acrescentando que ;uma intervenção humanitária será necessária e irá supor uma presença militar armada;.O plano para a saída da crise apresentado pelo ex secretário-geral das Nações Unidas (ONU) Kofi Annan e aceito por Damasco na semana passada prevê a retirada do exército das cidades na terça-feira e o fim dos combates 48 horas mais tarde.
Porém, durante o dia de hoje (8), o regime do presidente Bashar Al Assad garantiu que não vai retirar as suas tropas das cidades sírias sem ter ;garantias escritas; da oposição, segundo comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria.
;Dizer que a Síria vai retirar as suas forças das cidades em 10 de abril não é exato, [o emissário internacional] Kofi Annan não apresentou ainda garantias escritas da aceitação dos grupos terroristas armados de parar com todas as formas de violência;, informa a nota do governo de Assad.
O líder do Exército Livre da Síria, Riyadh Al Asaad, já esclareceu, citado pela AFP, que os seus combatentes vão respeitar o plano da ONU, mas recusou-se a dar garantias ao regime. "Vamos apresentar as nossas garantias e os nossos compromissos à comunidade internacional, mas não a este regime", disse o coronel Al Asaad.
Ativistas e observadores denunciaram que, ao longo do dia de hoje, já foram mortas, pelo menos, 31 pessoas e mais de 200 foram detidas, em uma escalada de violência a 48 horas da entrada em vigor do plano de Annan. Dados da ONU citados pela agência espanhola EFE apontavam para mais de 9 mil mortos desde o começo dos protestos na Síria, em meados do ano passado, enquanto 200 mil pessoas foram forçadas a deslocar-se dentro do país e 30 mil a procurar refúgio nos países fronteiriços.