Rodrigo Craveiro
postado em 09/04/2012 08:00
De um lado, uma guerrilha que acaba de libertar unilateralmente seis policiais e quatro soldados do Exército ; os últimos fardados sob seu poder ; e de impor mais um golpe ao Estado, com a morte de seis militares. De outro lado, um governo que se compraz do suposto enfraquecimento do inimigo e postula o diálogo como a única opção à derrocada. Os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o presidente, Juan Manuel Santos, têm travado um verdadeiro cabo de guerra ideológico e militar. Em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo, o mandatário avisou que levará adiante a reforma agrária e o combate à pobreza, ;com ou sem a guerrilha;, e deu um ultimato aos insurgentes. ;Eles estão cada vez mais isolados. Tomara que entendam que talvez seja a última oportunidade que terão;, declarou Santos. Consultados pelo Correio, um cientista político e um político ex-refém das Farc têm opiniões divergentes sobre a suposta debilidade do grupo comandado por Timoleón Jiménez, o Timochenko.A própria facção esquerdista mostrou, na tarde de ontem, que mantém seu poder de fogo. Um ataque com explosivos matou seis soldados na região de Choco (noroeste). Três guerrilheiros também morreram em combates. No mesmo dia, o grupo rebelde divulgou um vídeo, por meio do qual Luciano Marín Arango ; também conhecido como Iván Márquez ; garante que a facção não sofreu reveses em sua estrutura e em sua capacidade operacional. ;Não existe o fim da guerrilha propagandeado pelos peões da transnacionalização da economia na Colômbia. O que há é uma intensa confrontação política e militar e uma mobilização crescente dos setores sociais;, afirmou ele, vestido de uniforme verde-oliva, diante de um pôster com a foto de Manuel Marulanda, ex-líder das Farc morto em março de 2008.
Sigifredo López, ex-refém das Farc durante 7 anos, fala sobre o conflito colombiano (em espanhol)
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