Belgrado - A polícia sérvia anunciou nesta quinta-feira (12/4) ter encontrado, na véspera, em Belgrado, uma tela do pintor francês Paul Cézanne, roubada na Suíça em 2008. Foram detidos quatro suspeitos, declarou em entrevista à imprensa o ministro sérvio do Interior, Ivica Dacic. A autenticidade do quadro foi confirmada por um especialista suíço e seu valor é estimado em 100 milhões de euros, declarou o procurador Miljko Radisavljevic.
O quadro "Jeune garçon au gilet rouge", jovem com colete vermelho, pintado em 1888-89, foi furtado em fevereiro de 2008 na Suíça, da Coleção E.G. Bührle de Zurique, assim como outras três telas de Edgar Degas, Vincent van Gogh e Claude Monet. O roubo chegou a ser considerado o maior cometido na Europa.
Jornalistas que participaram da entrevista puderam ver o quadro assim como o filme feito pela polícia sobre a prisão dos suspeitos. A pintura estava escondida no forro do teto de um carro.
O procurador disse que a investigação durou dois anos. A polícia seguiu a pista de um comprador disposto a pagar três milhões de euros pela tela - grande parte da quantia já havia sido entregue aos ladrões. Os agentes apreenderam com eles armas e munições e uma quantia de 1,5 milhão de euros. Os quatro detidos foram identificados como Rasko Mladenovic, Ivan Pekovic, Goran Radojevic e Bobe Nedeljkovski.
Além da pintura de Cézanne, os quadros roubados no dia 10 de fevereiro de 2008 são "Les coquelicots pr;s de Vétheuil", de Claude Monet (1879); "Comte Lepic et ses filles", de Edgar Degas (1871); e "Branche de marronnier en fleurs", de Vincent Van Gogh (1890).
No dia 19 de fevereiro de 2008, a polícia suíça anunciou ter encontrado em Zurique dois desses quadros, o Monet e o Van Gogh, descobertos no assento de trás de um carro estacionado perto do hospital psiquiátrico da cidade. Segundo o ministro sérvio do Interior, a tela de Degas foi encontrada, por sua vez, em 2009.
O roubo tinha sido feito por três homens com máscaras e armados, informou a polícia suíça na época. Obrigaram os empregados a se deitar no chão sob a ameaça de armas, dirigindo-se, em seguida à sala principal da casa, no primeiro andar, arrancando os quadros da parede.