Agência France-Presse
postado em 12/04/2012 17:18
Cartagena - O convite a Cuba para participar de futuras cúpulas das Américas depende dos presidentes do hemisfério e do próprio governo da ilha, disse nesta quinta-feira (12/4) o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, em fórum prévio ao encontro. "Cuba não está suspensa da OEA" (Organização dos Estados Americanos), destacou Insulza em reunião com sindicatos, parte de um fórum social que será encerrado na sexta-feira (13/4) pelo presidente da Bolívia, Evo Morales."Tendo promovido a suspensão das sanções, pelo menos eu já fiz tudo o que tinha que fazer. O resto será decidido pelos chefes de Estado e de governo de Cuba", enfatizou Insulza, em resposta a líderes sindicais que criticaram a ausência de Havana na cúpula de Cartagena.
"A Assembleia Geral convidou Cuba a um diálogo no conselho permanente da OEA para sua reincorporação. O governo de Cuba, fazendo uso de seu direito, disse que não o faria", afirmou Insulza, ao evocar que em 2009, após a Cúpula das Américas em Puerto España, a OEA levantou a suspensão de Cuba, que tinha sido decidida em 1962, em plena Guerra Fria. "Isto repercute porque nas cúpulas é convidado quem participa da organização", explicou, embora tenha insistido em que "isto poderá ser mudado pelos chefes de Estado e imagino que vão mudá-lo".
Em entrevista ao jornal El Mercurio, do Chile, publicada esta manhã, Insulza disse que "as portas da OEA estão abertas para Cuba". O secretário-geral da OEA afirmou, ainda, que "o problema é que para atravessá-las, temos que falar de tudo o que aconteceu" nos 50 anos que durou a ausência de Cuba no organismo interamericano.
Cuba é o único país das Américas que não foi convidado à cúpula de Cartagena. Em repúdio à sua exclusão, o presidente do Equador, Rafael Correa, decidiu não participar do encontro.